Deus no Seu amor pelos homens, foi-Se-lhes manifestando progressivamente, ao longo dos séculos, para lhes descobrir quem Ele era e quais os desígnios da Sua vontade.
Essa revelação alcançou o seu ponto culminante, a sua plenitude, em Jesus. N’Ele, o Pai nos dirigiu a Palavra definitiva, Palavra tão atual hoje, como no tempo que foi pronunciada, como o será daqui a 2.000 anos.
Ora se Deus nos falou, não podemos ficar indiferentes perante a Sua Palavra. A nossa atitude deve ser a de Samuel e a dos discípulos de João Baptista.
Esta nossa aceitação, generosa e total, não é simples adesão a uma doutrina: deve ser uma união vital com uma Pessoa — Jesus Cristo. Ao chamar-nos à vida, Deus chamou-nos também a integrarmo-nos n’Ele, a participarmos da Sua vida. Só unidos a Ele, só sendo santos, somos aceites pelo Pai.
1ª Leitura: Livro de Isaías 49, 3.5-6 — “Farei de ti a luz das nações, para que sejais a minha salvação”
A liturgia da Palavra deste Domingo refere-se ainda à manifestação do Senhor, celebrada no Tempo do Natal, particularmente na solenidade da Epifania. Esta primeira leitura é um dos chamados “Cânticos do Servo de Deus” do profeta Isaías. Este “Servo de Deus”, que vem a identificar-Se com o Senhor Jesus, é por Deus escolhido para levar a luz da palavra de Deus não apenas ao povo de Deus, mas a todos os povos, para a todos trazer à unidade1 de um só povo, que é afinal a sua Igreja. Mas esta luz só poderá iluminar os que olham para o Senhor com a fé que lhes vem da Palavra de Deus.
Salmo 39 (40) — Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade
2ª Leitura: Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios 1, 1-3 — “A graça e a paz de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo estejam convosco”
Começamos a ler a Primeira Epístola aos Coríntios. Hoje quase nos limitamos à dedicatória muito desenvolvida, como era costume naquele tempo. Mas logo aí se podem encontrar grandes afirmações da fé cristã, que depois serão desenvolvidas ao longo de toda a carta. Toda a vida cristã é fruto do chamamento de Deus à fé: foi assim com Paulo, é assim com todos os cristãos. Para todos, o chamamento à fé é dom gratuito de Deus, portador de paz. Com esta introdução, todos ficamos a sentirmo-nos destinatários da epístola, da qual este ano apenas leremos a primeira parte.
Evangelho: São João 1, 29-34 — “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”
Um dos testemunhos que manifesta Jesus como o Messias é o de João Baptista. Ele apresenta-O como o “Cordeiro de Deus”. O símbolo do Cordeiro reúne duas passagens do Antigo Testamento, aplicando-as a Jesus: a do “Servo de Deus” (1ª leitura), que carrega com o pecado do mundo (Isaías 53, 7), e a do cordeiro pascal, que é imolado para tirar o pecado do mundo. Uma e outra coisa o é o Senhor. Descendo à água entre os pecadores, Ele humilha-Se, assumindo a situação da nossa natureza de homens pecadores; uma vez ungido pelo Espírito Santo, Ele torna-Se fonte desse mesmo Espírito para todos os que são batizados em seu nome.
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