O homem, tomando consciência da sua pequenez, na infinitude cósmica do mundo, sente-se caminhar para o desconhecido. O cristão, vivendo da fé, confiante na promessa de Deus, avança com dignidade para a Ressurreição. Pela fé o homem sente Deus a seu lado, no trabalho, no recreio, na tristeza, na vida. “Sem mim nada podeis fazer”. A presença do Senhor torna-se mais visível na celebração da Eucaristia e na proclamação da Sua Palavra. A fé não isentando o cristão das dificuldades do dia-a-dia, transmite-lhe esperança na vitória do bem sobre o mal, do amor sobre o ódio, da vida sobre a morte. Esta confiança, radicada na fé, há-de levar-nos a uma maior fidelidade à vontade do Senhor.
1ª Leitura: Livro da Sabedoria 18, 6-9 — “Da mesma forma castigastes os adversários e nos cobristes de glória, chamando-nos a Vós”
A leitura do Evangelho vai dizer-nos que devemos estar sempre de vigia, como quem guarda a casa de noite. Daí que esta primeira leitura nos recorde que foi também numa noite que o Senhor passou pelo meio do seu povo para fazer a libertação pascal, aquando da saída do Egito. A Vigília pascal, que mantém, todos os anos, o povo de Deus em atitude de quem vigia, é o modelo da atitude que este povo e cada um de nós há-de manter até que o Senhor volte.
Salmo 32 (33) — Feliz o povo que o Senhor escolheu para sua herança
2ª Leitura: Epístola aos Hebreus 11, 1-2.8-19 — “Esperava a cidade, da qual Deus é arquiteto e construtor”
Começamos hoje a ler uma parte da Epístola aos Hebreus, em que se faz o elogio dos nossos antepassados na fé que, seguindo os passos de Abraão, caminharam fielmente para a Terra Prometida. A fé, que é resposta do homem à palavra Deus, é sempre a luz que ilumina toda a caminhada pascal do homem deste mundo para o Pai.
Evangelho: São Lucas 12, 32-48 —“Estai vós também preparados”
Na continuação do espírito da primeira leitura, também esta leitura evangélica nos coloca como que em atitude de vigília pascal: sobre esta Terra, esperamos e aguardamos o Senhor, que virá. Celebrando o mistério pascal em cada Eucaristia, não recordamos apenas os acontecimentos pascais do passado, mas nós próprios nos colocamos em atitude espiritual de vigília, como, de maneira mais significativa, o fazemos, uma vez por ano, na noite santa da Páscoa. A atitude contínua da Igreja é a de vigília.
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