A maior aspiração do homem do nosso tempo é construir um mundo novo, em que a injustiça e a exploração do homem pelo homem não possam ter lugar. Este anseio corresponde, plenamente, ao desígnio de Deus: “Eis que faço nova todas as coisas”.
Insere-se também no plano de libertação evangélica, que visa a destruição do pecado e de todas as suas consequências. Sendo assim, o cristão não pode ficar indiferente perante a tarefa da construção de uma humanidade nova, pois a sua colaboração é indispensável. Na verdade, o mundo novo não pode construir-se sem Deus ou contra Deus. Todos os sistemas que tentaram prescindir Deus, como se Ele fosse um rival do homem, como se Ele se opusesse à grandeza do homem, acabaram sempre no desprezo pelo homem. Não pode também surgir do ódio, da luta, da violência, pois a força propulsora da historia não é a violência, mas o amor. “Na história há fontes de progresso distintas da luta, como sejam, o amor e o direito” (Sínodo dos Bispos: A Justiça no Mundo). Sinal do amor de Deus, no meio dos homens, depositário dessa força criadora, que é o amor fraterno, o cristão tem de ser cooperador de Deus “na liberdade do pecado e na construção do mundo que, somente quando for obra do homem, para o homem, chegará à plenitude da perfeição” (Ibidem). Se o cristão ficar ao lado das correntes da história, a onda vivificante acabará por se transformar em água estagnada.
1ª Leitura: Atos dos Apóstolos 6, 1-7 — “Escolheram sete homens cheios do Espírito Santo”
Logo desde o princípio, os Apóstolos começaram a sentir a necessidade de chamar outras pessoas para colaborarem em diversos ministérios da comunidade cristã. O grupo dos sete, de que se referem os nomes, foram dos primeiros a serem escolhidos. O seu campo de ação foi a assistência material aos mais necessitados, no caso imediato, a certo grupo de viúvas; deste modo os Apóstolos ficavam mais disponíveis para a oração e a pregação da palavra de Deus. A Igreja começava a organizar-se, conforme as necessidades o pediam.
Salmo 32 (33) — Esperamos, Senhor, na vossa misericórdia.
2ª Leitura: Primeira Epístola de São Pedro 2, 4-9 — “Vós sois geração eleita, sacerdócio real”
A Igreja foi comparada pelo Senhor a um edifício. Agora, o Apóstolo desenvolve a comparação: Cristo é a Pedra, viva pela sua ressurreição e fonte de vida; os cristãos são, por sua vez, pedras vivas, vivendo da vida do Ressuscitado, que unidos a Cristo, vão formando o edifício, o templo novo, em que habita o Espírito Santo, a Igreja. Ela é a comunidade dos crentes, escolhida na continuação do povo escolhido do Antigo Testamento, comunidade sacerdotal, que há-de levar aos pagãos a Boa Nova do reino de Deus, e fazer que também eles proclamem os louvores d’Aquele que os chamou das trevas para a luz do reino de Deus.
Evangelho: São João 14, 1-12 — “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”
Jesus vai deixar visivelmente os seus, a quem o mundo há-de perseguir. Procura, por isso, incutir-lhes coragem e esperança. Ele parte, mas vai para o Pai. Os seus discípulos têm todos lá também o seu lugar. A Igreja seguira o seu Senhor. Ele mesmo é o caminho, não só pelo que ensina, mas pelo que Ele mesmo é. Ele é a verdade e vida. Mas os seus discípulos, agora ainda mais profundamente unidos a Ele, hão-de continuar no mundo a sua presença e a sua ação, agora na Igreja, enviada ao mundo, sob a ação do Espirito Santo.
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