Este é o último domingo do ano litúrgico. É também chamado domingo de Cristo Rei.
A ideia que primitivamente pesou na denominação deste domingo foi de ordem temporal. Da parte da Igreja havia a esperança de que os Estados civis reconhecessem Cristo como Rei.
Os condicionalismos sociais e históricos modificaram-se por completo e foi então possível a celebração da festa de Cristo Rei, no seu verdadeiro contexto litúrgico e teológico. Cristo é efetivamente Rei, mas numa ordem diferente da temporal, como Ele mesmo afirmou.
A igreja liberta-se de compromissos terrenos, a maior parte das vezes contrários à sua missão específica de evangelizadora e defensora dos fracos.
A realeza de Cristo reflete-se na Igreja, não no seu esplendor e poderio social, mas na vivência da justiça e da caridade.
1ª Leitura: Profecia de Daniel 7, 13-14 — “O seu poder é eterno”
O “Filho de homem” de que fala o profeta é a maneira de falar que Jesus depois adoptou, aplicando-a a Si mesmo. Este “Filho de homem” que recebe de Deus um reino eterno é Jesus, que, pela oblação de Si mesmo ao Pai na Cruz, mereceu a glória da ressurreição, e assim Se tornou o “Primogénito de entre os mortos”, Cabeça de toda a humanidade por Ele remida, Senhor de todo o Universo, sentado à direita do Pai.
Salmo 92(93) – O Senhor é rei num trono de luz
2ª Leitura: Livro do Apocalipse 1, 5-8 — “O Príncipe dos reis da terra fez de nós um reino de sacerdotes para Deus”
O Apocalipse de São João, escrito em tempo de perseguição, proclama, para além da opressão e da morte infligida à Igreja, o triunfo pascal de Jesus, o Crucificado, mas agora Ressuscitado. Ele é Rei e Sacerdote diante de Deus. E os membros do seu povo, que é o seu Corpo místico, são, com Ele e n’Ele, reis e sacerdotes; são um povo real e sacerdotal; assim os fez o Baptismo.
Evangelho: São João 18, 33b-37 — “É como dizes: sou Rei”
No tribunal judaico do Sinédrio, Jesus tinha aplicado a Si o título de “Filho do homem”, referido pelo profeta Daniel na primeira leitura. Agora, no tribunal romano diante de Pilatos, confirma o título de Rei, que os seus inimigos citam contra Ele como motivo de condenação. Mas, só os que são da verdade podem compreender o que diz a sua voz.
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