Problemas graves afligem a humanidade e põem em risco a sua própria sobrevivência. A morte lenta de milhões de irmãos nossos subalimentados, as discriminações sociais e raciais, e o tormento da guerra, nunca desaparecida dum país, sem que primeiro se implante noutro, quase nos levam a concluir pela impossibilidade duma convivência pacífica entre os homens. Mas o Deus de Jesus Cristo e de nossos pais é um Deus de vida, de paz e de abundância, e não de morte, guerra e miséria; de libertação e não de escravidão. Confiando ao homem a missão de se governar e de governar os seus irmãos, Deus espera e exige do cristão, conhecedor da Sua vontade, o empenhamento incondicional na instauração da justiça entre os povos.
1ª Leitura: Livro de Coelet 1, 2; 2,21-23 — “Que aproveita ao homem todo o seu trabalho?”
Um sábio do povo de Deus do Antigo Testamento fez, como toda a gente, a experiência da vida; e tem sobre ela uma reflexão, talvez um pouco parecida com a que Jesus faz no Evangelho. Simplesmente, a reflexão do sábio de Israel não conseguiu chegar a descobrir o verdadeiro sentido da vida humana que Jesus veio enfim revelar. Sem a luz da revelação trazida por Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem, os outros homens, por mais homens que sejam, ficam a meio do caminho, com as suas desilusões.
Salmo 89 (90) — Senhor, tendes sido o nosso refúgio através das gerações.
2ª Leitura: Epístola de São Paulo aos Colossenses 3, 1-5.9-11 — “Aspirai às coisas do alto, onde está Cristo”
O cristão é o homem pascal, aquele que, pela fé e pelo baptismo, sacramento da fé, passou com Cristo da morte à vida, deste mundo para o Pai. E como tal há-de-viver, mesmo ainda na terra. Renovados por esta novidade pascal, fruto da Páscoa do Senhor, os batizados são como uma nova criação, vivendo todos da mesma vida, a vida de Cristo que a todos torna participantes do mesmo Corpo de Cristo.
Evangelho: São Lucas 12, 13-21 — “O que preparastes, para quem será?”
Jesus não olha para o mundo e a vida com a amargura do sábio de Israel (primeira leitura). Mas, através de uma meditação austera, faz-nos compreender que não é no espírito de ganância, pelo qual todos, ricos e pobres, somos tantas vezes levados, que está o verdadeiro sentido da vida, mas em cada um “se tornar rico aos olhos de Deus”.
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