29º Domingo do Tempo Comum, Dia Mundial das Missões. Papa Francisco na sua mensagem para esta jornada exorta-nos para a compreensão do que Deus nos quer dizer nestes tempos de pandemia tornando-se um desafio também para a missão da Igreja.
Liturgia da Palavra
1ª Leitura | Isaías 45, 1.4-6
Salmo 95(96), 1.3-5.7-10
2ª Leitura | 1 Tessalonicenses 1, 1-5
Evangelho | Mateus 22, 15-21
O profeta Isaías, em nome de Deus, levanta a voz para anunciar que o povo de Israel, deportado na Babilónia, será finalmente libertado por Ciro, rei dos Persas. Este rei pagão é o ungido do Senhor para uma missão providencial, pois Deus não faz aceção de pessoas, aproveitando todas as boas vontades para realizar os seus planos de salvação.
A segunda leitura apresenta-nos o início da primeira carta de São Paulo aos cristãos de Tessalónica, populosa cidade portuária, rica metrópole comercial, com o nome da irmã de Alexandre Magno. O apóstolo Paulo dá graças a Deus e assim elogia os cristãos desta comunidade: “Recordamos a atividade da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo”. Poderá ele dirigir-me um elogio semelhante?
Os fariseus programaram armar uma cilada a Jesus, sobre um tema que sempre foi delicado, o dever de pagar impostos: “É lícito ou não pagar tributo a César?”. Ficou proverbial a sábia resposta de Jesus, depois de pedir que lhe mostrassem uma moeda do tributo, onde estava gravada a imagem do imperador: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. O verbo que Jesus usa tem o significado de “restituir”, isto é: o que pertence às autoridades civis a elas se restitui; e o que pertence a Deus, a Ele se deve restituir. A esfera civil e a esfera religiosa devem respeitar-se mutuamente, sem confusões nem intromissões. Todo o bom cristão deve ser um bom cidadão. Também nisso manifesta a sua fé, que não pode ficar encerrada num templo, mas deve concretizar-se em todos os setores da vida humana: família e trabalho, economia e política.
Celebramos neste domingo o “Dia Mundial das Missões”. Somos desafiados a alargar os horizontes da nossa solicitude até aos confins da terra. A Mensagem pontifícia para esta jornada tem por título uma expressão do profeta Isaías: “Eis-me aqui, envia-me”. Ser cristão é viver como missionário, ou seja, como enviado por Cristo. Assim nos exorta o Papa Francisco na sua Mensagem: “A compreensão daquilo que Deus nos está a dizer nestes tempos de pandemia torna-se um desafio também para a missão da Igreja. Desafia-nos a doença, a tribulação, o medo, o isolamento. Interpela-nos a pobreza de quem morre sozinho, de quem está abandonado a si mesmo, de quem perde o emprego e o salário, de quem não tem abrigo e comida. Obrigados à distância física e a permanecer em casa somos convidados a redescobrir que precisamos das relações sociais e também da relação comunitária com Deus. Longe de aumentar a desconfiança e a indiferença, esta condição deveria tornar-nos mais atentos à nossa maneira de nos relacionarmos com os outros. E a oração, na qual Deus toca e move o nosso coração, abre-nos às carências de amor, dignidade e liberdade dos nossos irmãos, bem como ao cuidado por toda a criação”.
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