Deus no Seu amor pelos homens, foi-Se-lhes manifestando progressivamente, ao longo dos séculos, para lhes descobrir quem Ele era e quais os desígnios da Sua vontade.
Essa revelação alcançou o seu ponto culminante, a sua plenitude, em Jesus. N’Ele, o Pai nos dirigiu a Palavra definitiva, Palavra tão actual hoje, como no tempo que foi pronunciada, como o será daqui a 2.000 anos.
Ora se Deus nos falou, não podemos ficar indiferentes perante a Sua Palavra.
Esta nossa aceitação, generosa e total, não é simples adesão a uma doutrina: deve ser uma união vital com uma Pessoa — Jesus Cristo. Ao chamar-nos à vida, Deus chamou-nos também a integrarmo-nos n’Ele, a participarmos da Sua vida. Só unidos a Ele, só sendo santos, somos aceites pelo Pai.
1ª Leitura: Livro de Isaías 62, 1-5 — “A esposa é a alegria do marido”
O amor entre Deus e o seu povo é frequentemente comparado, na Sagrada Escritura, ao amor dos esposos. Jerusalém é a imagem de todo o povo de Deus, é a imagem antecipada da própria Igreja. Pelo amor que lhe tem, o Senhor fará dela sua esposa; será essa a glória de Jerusalém, da Igreja, a Esposa de Cristo. Com esta leitura prepara-se a compreensão da leitura do Evangelho deste domingo, onde se lê o “sinal” das Bodas de Caná.
Salmo 95(96) — Anunciai em todos os povos as maravilhas do Senhor.
2ª Leitura: Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios 12, 4-11 — “Um só e o mesmo Espírito, distribuindo a cada um conforme Lhe agrada”
Começamos hoje a leitura da terceira parte desta epístola, de que se leu o ano passado a segunda parte. Por ser bastante longa, é assim distribuída por mais de um ano. Ao dirigir-se a uma comunidade onde eram frequentes as divisões, o Apóstolo apela para a unidade, fruto da acção do Espírito de Deus, que é a fonte comum de todos os dons que existem na Igreja. Assim, a unidade na Igreja não provém de qualquer motivo humano, mas do facto de todos os dons que nela existem procederem do mesmo e único Espírito.
Evangelho: São João 2, 1-11 — O primeiro milagre de Jesus
O milagre que Jesus fez nas Bodas de Caná pertence ainda ao ciclo da Epifania. De facto, por meio dele o Senhor Se manifestou. A transformação da água em vinho e o facto de tal ter acontecido num banquete de núpcias e ainda o chamar-lhe o Evangelho um “sinal” leva-nos a perscrutar o mistério desta epifania ou manifestação do Senhor. Aquela não era ainda a hora de Jesus, que havia de chegar na hora da Cruz; mas aquele “sinal” apontava já para lá, para a hora das núpcias do Cordeiro, a hora do sacrifício que sela a Aliança, nova e definitiva, entre Deus e os homens, pelo Sangue de Jesus.
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