Através de que linguagem os filhos se sentem amados?

Temos vindo a refletir sobre a educação das nossas crianças e a necessidade de se sentirem amadas por nós. Percebemos a importância de enchermos o “depósito emocional” com amor incondicional. Contudo, nem sempre conseguimos corresponder ao que esperam de nós e ficamos sem entender o que podemos fazer mais, ou onde podemos estar a errar.

É muito comum pensarmos que estamos a dar o nosso melhor numa brincadeira com o nosso filho e ele não estar a valorizar isso, ou pensarmos que por dizermos “amo-te” à nossa filha ela vai sentir-se amada e ela não o sentir. Pois é, há uma diferença entre a minha forma de amar e a forma como o nosso filho se sente amado.

Gary Chapman fala-nos das cinco linguagens do amor das crianças e da importância de conhecermos a linguagem do amor dos nossos filhos para, dessa forma, adequarmos os nossos comportamentos e fazê-los sentirem-se amados por nós de forma mais eficaz. “… há cinco linguagens de amor e é provável que o seu filho tenha uma que melhor lhe comunica amor. Falar a linguagem de amor do seu filho irá satisfazer a profunda necessidade de amor que ele sente.”(1)

Claro que podemos falar as cinco linguagens do amor com os nossos filhos e, sendo eles pequeninos, com menos de 5/6 anos, devemos falar nas diversas linguagens, pois ainda não está definida a sua linguagem primordial e qualquer uma vai encher o seu depósito emocional, mas é importante que vamos diversificando e isso vai-nos dando o feedback da que melhor resulta com eles.

À medida que vão crescendo vamos tentando descobrir a sua linguagem principal e adequar as nossas manifestações de amor a essa linguagem, pois é a “que lhes fala ao coração de forma mais audível e rápida”. (2)

Vamos então ver as cinco linguagens do amor de forma individual:
Contacto Físico
Palavras de afirmação
Tempo de qualidade
Presentes
Atitudes de serviço

Começamos por falar do contacto físico e as restantes falaremos no próximo artigo.

O contacto físico é o mais fácil e acessível de se comunicar, pois não é necessária nenhuma ocasião especial para se dar um abraço ou um beijinho. Esta linguagem do amor tem a ver com tudo o que envolve o toque, pode ser carregar o seu filho às cavalitas, dar um miminho na face enquanto ela faz os trabalhos de casa, atirar o pequenito ao ar, fazer cocegas, ler um livro com o seu filho no colo. Portanto, mesmo em dias mais apertados, onde não temos tempo para estar mais com os nossos pequenos, podemos sempre parar uns segundos de cozinhar e dar um abraço apertado à nossa princesa, ou afagar as costas do nosso pequeno, ou um beijinho quando passam por nós. E todas as crianças necessitam desta linguagem do amor, podemos dizer que é a linguagem mais básica para dizer “amo-te” e que faz as crianças sentirem-se amadas, seguras, queridas, desejadas e especiais.

Na próxima semana vemos as restantes linguagens do amor das nossas crianças.

(1) Chapman, G. & Campbell, R. (2013). As cinco linguagens do amor das crianças. São Paulo: Mundo Cristão.
(2) Idem

Educar é encher o depósito emocional dos nossos filhos de amor