A história da humanidade, desde as suas origens, está marcada pelo pecado. E a nossa própria vida não é senão um permanente confronto com as potências do mal.
Estamos no centro do combate e, a cada momento, temos de nos decidir entre o pecado e a graça, o mal e o bem, Satanás e Deus. Mas, depois que Cristo veio e triunfou, por nós, neste combate fundamental, temos a certeza de que também triunfaremos na luta quotidiana contra o mal. Se aderirmos a Ele, poderemos com Ele conhecer a luz da ressurreição. A Quaresma deve levar-nos a renovar a nossa fé no Deus da salvação, que enviou Jesus Cristo a restaurar o plano de amor e felicidade, destruído por Adão. A Quaresma oferece-nos a oportunidade de nos voltarmos para Deus, com todo o nosso ser e de podermos experimentar até onde vão a misericórdia e o amor de Deus.
1ª Leitura: Livro do Deuteronómio 26, 4-10 — A profissão de fé do povo eleito
Entramos hoje na Quaresma, em seguimento do povo de Deus, no momento em que este atravessa o deserto. Vamos com ele fazer a experiência da nossa limitação e da nossa dependência. No deserto não há nada; falta tudo. Mas é aí que se pode aprender a chamar a Deus “Senhor”. Por isso, o povo faz a sua profissão de fé em Deus, e oferece-Lhe as primícias. Hoje, como ontem, o cristão tem de descobrir o primado de Deus como Senhor, para não perder o sentido da sua própria vida.
Salmo 90 (91) — Estai comigo, Senhor, no meio da adversidade.
2ª LEITURA: Epístola de São Paulo aos Romanos 10, 8-13 — Profissão de fé dos que crêem em Cristo
A vida do cristão depende toda da sua fé. É ela que dá sentido a toda sua vida. Sem a fé, a vida não se pode chamar vida cristã. E a fé tem como centro a Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Aquele que morreu e ressuscitou dos mortos. É a fé no Senhor que nos há-de conduzir no caminho de toda a Quaresma e fazer-nos chegar à Páscoa, para também morrermos e ressuscitarmos com o Senhor. Por isso, depois de termos escutado a profissão de fé do povo de Deus no Antigo Testamento na primeira leitura, escutamos agora, nesta leitura, a expressão da fé do povo do Novo Testamento.
Evangelho: São Lucas 4, 1-13 — “Esteve no deserto, conduzido pelo Espírito, e foi tentado”
A Quaresma, ao colocar no primeiro Domingo o Evangelho da tentação de Jesus, leva-nos à consciência da situação em que se encontra, neste mundo, a natureza humana sujeita à experiência da sua fragilidade no meio de todas as tentações, como o próprio Senhor Jesus as quis sentir. Mas as tentações não são logo o pecado, mas antes a ocasião de as vencer pela força da Palavra de Deus, como Jesus igualmente as venceu.
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