O Baptismo de Jesus no Jordão é um dos momentos essenciais na vida do Senhor: assinala o termo da vida de silêncio e obscuridade e inaugura o Seu ministério público, anunciando e preparando o Seu Baptismo “na morte” (Lc 12, 50; Mc 10, 38).
A vida pública de Jesus surge assim enquadrada entre dois baptismos: o baptismo de penitência do Jordão (que encerra, em potência, todo o itinerário que o Servo de Javé percorrerá para realizar a Sua obra) e aquele que constituirá Jesus como vítima e pedra angular do novo mundo – o baptismo do Calvário, no qual sangue e água brotarão do Seu lado (Jo 19, 34ss.).
Ao submeter-se ao rito baptismal, pelo qual João procurava levar os homens ao arrependimento e à conversão, em vista da proximidade dos tempos messiânicos Jesus deseja:
1 – Sujeitar-Se à Vontade do Pai (Mt 3, 14ss.).
2 – Colocar-Se, humildemente, entre os pecadores, Ele que é o “Cordeiro de Deus”, que vai tirar o pecado do mundo (Jo 1,29).
1ª Leitura: Livro de Isaías 42, 1-4.6-7 — “Eis o meu servo, enlevo da minha alma”
No Baptismo que recebeu das mãos de João, Jesus manifesta-Se como sendo Aquele que o profeta anunciara: o Servo de Deus, que desce à água no meio dos pecadores para inaugurar a obra da redenção que o Pai Lhe confiara, e, ao mesmo tempo, o Filho bem amado, sobre quem repousa o Espírito de Deus, para que Ele seja portador da Boa Nova da salvação a toda a Terra.
Salmo 28(29) — O Senhor abençoará o seu povo na paz.
2ª Leitura: Actos dos Apóstolos 10, 34-38 — “Deus ungiu-O com o Espírito Santo”
O Espírito Santo desceu sobre Jesus na hora do Baptismo e ungiu-O para que Ele pudesse começar o seu ministério e, por Ele, os homens fossem também baptizados não só na água, mas na água e no Espírito. A unção que o Espírito Santo confere a Jesus na hora do seu baptismo marca-O como “Messias”, isto é, “Ungido”, ou seja “Cristo”, e, faz d’Ele a fonte da unção com que o mesmo Espírito marcará os “cristãos”, os “ungidos”, membros de Cristo, sua Cabeça.
Evangelho: São Lucas 3, 15-16.21-22 — “Jesus foi baptizado e, enquanto orava, abriu-se o céu”
No livro do Génesis (Gn 3, 23-24) diz-se que depois do pecado dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, eles foram expulsos do paraíso terrestre, que se fechou atrás deles. Agora, na hora do baptismo de Jesus o Céu abriu-se para franquear a entrada ao homem novo, que é Jesus, que a voz do Pai declara ser o seu Filho. N’Ele e por Ele a todos os que n’Ele crêem, santificados pela graça do Espírito Santo, está agora patente a porta do paraíso.
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