No 21º Domingo do Tempo Comum somos desinstalados das nossas seguranças e abandonarmo-nos em Deus refletindo sobre a identidade e missão de Jesus.
Liturgia da Palavra:
1ª Leitura | Isaías 22, 19-23
SALMO 137 (138) | Senhor, a vossa misericórdia é eterna: não abandona a obra das vossas mãos.
2ª Leitura | Romanos 11, 33-36
Evangelho | Mateus 16, 13-20
O profeta Isaías apresenta-nos uma história triste de corrupção, no século VIII antes de Cristo, quando reinava Ezequias. Era um homem bom, mas foi enganado pelo seu mordomo, que desonestamente se apropriou de riquezas e promoveu intrigas. Chegou finalmente a hora de fazer justiça, exonerando o administrador do palácio e conferindo os seus poderes a Eliacim. Como recorda um ditado popular: “no melhor pano cai a nódoa”. Também isto se tem verificado em pessoas da igreja. Importa levar a justiça até às últimas consequências e cultivar sempre a conversão à boa nova de Jesus.
Perante tantos acontecimentos que nos desconcertam, precisamos de fazer um ato de fé em Deus, senhor do mundo e da história, que até dos males sabe tirar bens. É isso o que nos diz São Paulo, escrevendo aos cristãos de Roma: “Como é profunda a riqueza, a sabedoria e a ciência de Deus! Como são insondáveis os seus desígnios e incompreensíveis os seus caminhos!”. Um conhecido teólogo Karl Rahner, recorda-nos que devemos evitar a tentação de pretendermos ser secretários de Deus, querendo estar a par da agenda divina, dos seus planos e desejos, como que controlando o Senhor do céu e da terra. Só a confiança em Deus é um seguro contra todos os riscos.
Encontramos Jesus, neste Evangelho, a fazer uma sondagem à opinião pública sobre Si mesmo: “Quem dizem os homens que é o Filho do homem?”. Cristo desejava saber se a sua pessoa e a sua missão estavam a ser compreendidas. Mas Cristo fez também uma pergunta direta aos seus discípulos: “E vós, quem dizeis que Eu sou?”. É uma pergunta que também hoje nos dirige e à qual devemos responder com sincera verdade. Devemos responder sobretudo com o nosso estilo de vida, com as nossas atitudes e obras. Pedro respondeu em nome de todos, afirmando a divindade de Jesus: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”. Sentiremos forte a nossa fé se nos unirmos à fé de Pedro e dos seus sucessores, como atualmente é o Papa Francisco. A Igreja edifica-se e mantém-se assente sobre o alicerce da rocha de Pedro e dos seus sucessores, vivendo na unidade e na concórdia.
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