Francesco Forgione, nasceu a 25 de Maio de 1887 em Pietrelcina , uma pequena aldeia italiana. Francesco foi o quarto filho do casal, Grazio Forgione e Maria Giuseppa, que ao todo tiveram 7 filhos. A sua família era humilde e trabalhadora. Pequenos proprietários que trabalhavam a própria terra. Com os pais aprendeu o valor do trabalho e da alegria e serenidade da fé, vivida no quotidiano da vida conjugal e familiar.
Aquele que viria a ser o primeiro padre estigmatizado da história da Igreja, uma das personalidades religiosas mais conhecidas em todo o mundo, um dos místicos mais extraordinários foi, nos primeiros anos da sua existência, uma criança como qualquer outra.
Falamos de S. Padre Pio, o padre que é hoje apontado pela Igreja Católica como o “grande Santo do ano 2000” e que continua a suscitar por todo o mundo um interesse inusitado.
A história de vida de S. Padre Pio é surpreendente e intensa. Experimentou, desde criança, um grande desejo de consagrar-se totalmente a Deus e para ele o exemplo de S. Francisco de Assis era muito forte. Sabemos, hoje, que as aparições de Nossa Senhora e de Jesus eram frequentes mesmo na sua infância e que conversava com o seu anjo da guarda como se falasse a um amigo. Mas, a infância será também atormentada pelo demónio.
Em 1897, com apenas 10 anos, comunica aos pais que deseja tornar-se frade capuchinho e em 1903 realiza o seu sonho e entra como clérigo na Ordem dos Capuchinhos, adotando o nome de frei Pio. Em 1904 fórmula os votos simples e em 1907 os votos solenes. A 10 de Agosto de 1910 é ordenado padre.
Durante os primeiros anos, a precariedade da sua saúde vai obrigá-lo a permanecer longos períodos na casa materna para receber cuidados. Foi atingido por várias enfermidades todas sem grande explicação médica. As febres que o atormentavam atingiam valores tão altos que nenhum termómetro humano era capaz de medir.
Em 1916 é mandado para o convento de S. Giovani Rotondo onde permanece até à sua morte em 1968.
É em 1918, na manhã de 20 de Setembro, quando rezava diante do crucifixo que recebe o maravilhoso presente dos estigmas, tornando-se o primeiro e único sacerdote estigmatizado da história da Igreja. Os estigmas eram feridas abertas, visíveis e sangrentas que permaneceram por 50 anos. Este fenómeno tendo ocorrido no século XX atraiu a atenção e desconfiança de médicos, cientistas, estudiosos, e da própria Igreja. As feridas de Padre Pio foram estudadas sem que nenhum médico conseguisse compreendê-las como fenómeno natural.
Padre Pio reconheceu o chamado de Deus a acolher em si o sofrimento do povo e a aliviá-lo, por isso viveu uma vida austera e de penitência. Dedicava várias horas por dia à confissão dos fiéis, momento que vivia com tal intensidade que são muitos os relatos de conversão de leigos.
Compreendendo que a sua missão não era somente aliviar o sofrimento espiritual dos fiéis, mas também o físico, dedica-se à construção de um hospital para prestar auxílio e assistência aos doentes naqueles anos tão dolorosos do pós -guerra, o qual nomeou como “Casa de alívio do sofrimento”. Este hospital, construído com os melhores materiais e equipamentos, depressa se tornou uma referência em toda a Europa e ainda hoje funciona atendendo mais de 50 mil doentes.
Foi com o mesmo espírito de alívio do sofrimento que cria os grupos de oração, verdadeiras células do amor e da paz de Deus que depressa se multiplicam pela Itália, pela Europa e pelo mundo.
Não podemos esquecer que S. Padre Pio viveu na Itália as duas grandes guerras; viveu o período entre as guerras quando o nacionalismo e o comunismo se começaram a desenvolver, a ganhar expressão e a espalhar os seus horrores. Viveu a segunda guerra mundial; o caos político, social e económico do pós-guerra numa Italia derrotada. O sofrimento tinha assim este rosto bem visível das gentes, do povo.
Padre Pio de Pietrelcina depressa se torna conhecido em todo o mundo, não só pelos estigmas mas também pelos milagres de cura, conversão, bilocação, levitação e dos perfumes. Ainda em vida ele é alvo de grande veneração popular e de grande desconfiança e perseguição dentro da Igreja. Sobre ele se escreveram rios de tinta, de artigos e de livros. Foi tema de entrevistas de rádio e televisão. Foi estudado por médicos, cientistas, psiquiatras, crentes e ateus. Foi motivo de contradição. Padre Pio era uma aberração para o mundo moderno do século XX e não obstante atraiu ainda em vida a admiração e a fé de milhares de fiéis.
Padre Pio morre a 23 de Setembro de 1968, aos 81 anos, na sua cela conventual com o terço entre os dedos e repetindo os nomes de Maria e Jesus.
O processo que levará à sua canonização inicia-se em 1982. Em 1990 é considerado “venerável” e beatificado por João Paulo II em 1999. Em 2002 é por este Papa canonizado.
A sua festa litúrgica celebra-se no dia da sua morte, 23 de Setembro e São Padre Pio é venerado por milhares de fiéis em todo o mundo.
São Padre Pio foi, como afirmou o Papa S. João Paulo II, acima de tudo um religioso que amou sinceramente a Cristo crucificado… e participou no mistério da Cruz. E é com este grande amor à Cruz que Padre Pio é para nós um importante amigo no caminho para o Céu!
E sobre este grande amigo você vai querer saber mais!
S. Padre Pio, rogai por nós
- Primeiro dia do funeral marcado pela trasladação do corpo de Bento XVI para a Basílica de S. Pedro - 3 de Janeiro, 2023
- Legado teológico de Bento XVI está a ser traduzido para português - 3 de Janeiro, 2023
- Canonista explica protocolo do funeral de Bento XVI - 2 de Janeiro, 2023