Entende-se por casamento a união legítima entre um homem e uma mulher que se dispõem a viver sob os mesmos princípios regidos pela Igreja. Isso não isenta o casal de viver os impasses e os desafios no exercício da vida comum. Viver um compromisso de profundos vínculos, como é o casamento, sem abdicar dos hábitos vividos enquanto solteiros, certamente fará com que os casais enfrentem muitos problemas e complicações no convívio.
Motivos que fazem surgir uma crise são muitos; estabelecer equilíbrio entre a família, o trabalho e, de maneira especial neste artigo, a vida social, é um dos novos desafios da vida conjugal. Enquanto éramos solteiros, não tínhamos um compromisso estabelecido com alguém, o tempo era nosso. Podíamos fazer o que desejávamos, ir aonde quiséssemos. De certa maneira, não precisávamos dar satisfação nem partilhar nossa agenda com ninguém. Contudo, podem ser incômodas, para quem ficou em casa, as famosas “esticadas” das sextas-feiras ou as intermináveis tardes dos finais de semana com os amigos. Ainda que essas sejam práticas inocentes, algumas pessoas, desatentas, esquecem-se de que seu cônjuge tem sentimentos e também planeja aproveitar do tempo livre ao seu lado.
Para viver uma nova vida, há a necessidade de adaptar-se também às novas atitudes. Muitas coisas, ao longo dos anos, vão despontar e exigir pequenos ajustes no cotidiano do casal. Uma maneira de aprendermos a reeducação de nossos hábitos seria no sentido de melhor equacionar o tempo livre,considerando também a necessidade de estar com o cônjuge. Aliás, ninguém pode conhecer o outro em escassos e limitados momentos de convivência. Na prática do “conhecer e ser conhecido”, os casais passam a se tornar parceiros, a ponto de identificar os medos, as aspirações e insatisfações um do outro, tornando-se cada vez mais próximos e cúmplices.
Muitas pessoas, por não terem entendido tais princípios, isentam-se dessas obrigações, argumentando que o casamento é uma instituição falida e antiquada. Para outras, a ideia que se passa sobre o casamento é a de prisão, entre outras definições.
Cada desafio requer esforço e paciência
Quando assumimos um relacionamento, nós o fazemos por livre e espontânea vontade. Uma vez assumido o compromisso de vida a dois, e percebendo as possíveis e necessárias adequações de nossos antigos hábitos, podemos achar que estamos perdendo a liberdade ou que o novo estado de vida tenha nos “podado as asinhas”.
Extrapolar nas experiências, sobre as quais se pensa ter direito, vivendo à mercê de todas as oportunidades, justificando que a vida é curta e por isso deve ser aproveitada, não convém àquele que se empenha em promover a felicidade do ser amado. De certa maneira, a vida realmente parecerá curta para se viver os infinitos atos de carinho de casais apaixonados.
Ao enxergarmos a novidade de uma experiência a dois como um peso ou uma clausura, na verdade, estaremos rotulando e expondo nosso cônjuge como alguém opressor ou egoísta. Assim, paciência e esforço serão atributos necessários para assimilar os desafios da vida conjugal, especialmente para aqueles que desejam nutrir a chama do amor entre si.
Fonte: cancaonova.com
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