O sonho eleva a nossa alma

Aproximamo-nos, rapidamente, para mais um final de ano. O tempo vai passando, os dias voam, as horas desaparecem e os nossos sonhos?

Com o final do ano aí à porta, surgem as questões: “Que fiz de novo este ano?”, “Que mudanças fiz na minha vida?”, “Estou satisfeito com as minhas conquistas?”. Com esta análise do ano que passou, eu penso no que não fiz, no que não obtive, no que me impede de atingir os meus sonhos, ou nos passos que dei e me levaram para mais perto das minhas metas. Esta revisão de vida anual é extremamente importante, visto que me faz voltar para mim mesmo e perceber o que preciso mudar para ser feliz. Afinal, é isso que todos procuramos: alcançar os nossos sonhos e ser feliz.

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E porque digo que é importante? Porque uma pessoa sem sonhos é uma pessoa parada, sem ânimo, como diz Enrique Rojas (psiquiatra espanhol católico), no seu livro “O sonho de viver”: «os anos enrugam o rosto, mas a ausência de sonhos enruga a alma e a pessoa faz-se velha. A juventude não depende da idade, mas da frescura e louçania dos planos por realizar e das metas por alcançar»

Ter sonhos é viver, é ter metas, é ter motivação, expetativas, esperança e impulso para avançar. O sonho empurra a pessoa para a frente, ergue-a perante as adversidades e imuniza-a do desânimo. O sonho dá-nos a confiança para não esmorecer, para avançar, sem medos, para vencer os “demónios” que nos paralisam, que nos dizem que não somos capazes, que somos demasiado velhos, ou demasiado sonhadores. O sonho renova as nossas forças e a cada amanhecer vemos a vida com um olhar de esperança. Mesmo acordando com os mesmos obstáculos de ontem, o sonho faz-nos olhá-los com um olhar de esperança; fortalece a nossa alma e dá-nos sabedoria para guiar o leme conforme as tempestades, sem nunca esmorecer. Ter sonhos é ver sempre uma luz ao fundo do túnel; é descobrir uma saída em cada labirinto da vida; é ter resiliência nas quedas, conseguindo erguer-se, mesmo a chorar, limpar as feridas, sará-las e seguir sempre com um sorriso no rosto, as vezes que forem necessárias. Porque como Enrique Rojas diz, igualmente, “A felicidade não depende da realidade, mas da perceção daquilo que realmente fizemos, da revisão do programa de vida, do painel onde está sintetizado o que fizemos em comparação com o que projetamos fazer.”

Neste sentido, quais são os meus sonhos? Que projetos tenho na gaveta, mas que os medos me fazem anulá-los? Que sonhos tenho guardados dentro de mim há anos, mas a vergonha de não conseguir alcançá-los, faz-me desistir, antecipadamente, deles? O que me prende de lutar por eles? O que me aprisiona? E se eu não chegar a concretizar? Pelo menos que fique o sentimento da auto-satisfação, de termos tentado.

Que nunca deixemos de sonhar e que Deus nos dê a sabedoria para guiar cada passo em direção à realização dos nossos sonhos.