Jesus deseja modelar a Igreja como comunidade de irmãos capazes de se guiarem uns aos outros, a exemplo de Cristo, o verdadeiro Mestre.
Na antiguidade, era comum acreditar que os olhos eram o espelho da alma e, por isso, Jesus chama a um olhar de sinceridade, tal como chama a proferir palavras e a realizar ações em sintonia com um coração que palpita ao ritmo do seu próprio coração manso e humilde. A liturgia deste domingo é um convite a cuidar do coração, entendido como a sede dos pensamentos, palavras e ações humanas. Um coração tocado pelo exemplo de Jesus será certamente a fonte de uma vida profícua em palavras e obras cristãs, capazes de anunciar e dar testemunho do Senhor Jesus.
1ª Leitura: Livro de Ben-Sirá 27, 5-8 — “Não elogies ninguém antes de ele falar”
Esta primeira leitura prepara a terceira, e ambas têm carácter acentuadamente sapiencial; é assim que esta primeira leitura serve para ilustrar a última pequena parábola das três que o Evangelho nos apresenta. A palavra revela o que há de mais profundo no homem, os seus defeitos e as suas qualidades. Com três rápidas comparações, tiradas da experiência atentamente observada, esta breve leitura nos ensina os caminhos da sabedoria.
Salmo 91(92) — É bom louvar o Senhor.
2ª Leitura: Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios 15, 54-58 — “Deu-nos a vitória por Jesus Cristo”
A terminar um longo capítulo sobre o mistério da ressurreição dos mortos, o Apóstolo entoa um hino de triunfo e ação de graças a Deus pela vitória pascal de Cristo e a nossa participação na mesma. Cristo, com a sua oblação na Cruz, venceu a morte para sempre , e deu-nos a graça de participarmos, nós mortais, nessa sua vitória pascal.
Evangelho: São Lucas 6, 39-45 — “A boca fala do que transborda o coração”
Em três breves parábolas o Senhor ensina-nos o caminho da sabedoria: o cego a guiar outro cego, o argueiro e a trave na vista e a árvore que se pode reconhecer pelo fruto. Todas elas conduzem ao que um salmo chama a “sabedoria do coração” (Salmo 89), e esta irá revelar-se nas palavras que são na boca o eco do que vai no coração do homem.
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