A alegria, que perpassa através do Advento e impregna os textos litúrgicos, nasce desta certeza consoladora: Deus, após o pecado, não abandona o homem, mas encarnou e tornou-Se presente na história humana e na existência de cada homem, abrindo assim um novo caminho à humanidade.
Esta alegria, por sabermos que Deus está próximo do homem com o Nascimento do Salvador, trazendo a todos, particularmente aos mais pobres e deserdados a esperança da felicidade plena, deve ser a atitude fundamental do cristão. Porque a nossa religião é a religião da presença real de Deus, o cristão deve testemunhar, com a sua vida, que encontrou Deus. O amor para com os outros, a fé e a alegria devem estar tão radicados na sua vida que aqueles que o virem não poderão explicar o seu modo de agir senão pela presença de Jesus entre nós.
A alegria cristã não está, pois, dependente do capricho dos nossos estados de alma, ou da maneira como corre a nossa vida. O cristão mesmo no meio das contrariedades e dureza da existência mantém-se alegre, porque a sua alegria se enraíza na fidelidade de Deus, manifestada em Jesus Cristo. E descobrir Jesus Cristo na fé e fazer com que os outros O conheçam é a única “boa notícia”. Que dá a alegria verdadeira.
1ª Leitura: Livro de Isaías 35, 1-6a.10 — “Deus vem salvar-nos”
O texto desta leitura refere-se, em primeiro lugar, ao regresso do exílio do povo de Deus e descreve a atitude espiritual desses momentos numa explosão de alegria. As imagens que aparecem ao longo do texto são comparações; mas Jesus realizou algumas delas à letra e, a terceira leitura de hoje refere-as expressamente, mostrando assim que o verdadeiro regresso do exílio à pátria é Ele que o realiza, em nosso favor, ao levar-nos consigo e em Si ao Pai.
Salmo 145 (146) — Vinde, Senhor, e salvai-nos.
2ª Leitura: Epístola de São Tiago 5, 7-10 — “Fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima”
Dentro de toda a história da salvação, a vida de cada um de nós é uma gota de água no oceano ou um instante no meio de todo esse tempo. A hora da última vinda do Senhor, a pôr o ponto final nessa história e a consumá-la para todos os homens e para cada um deles, há-de ser aguardada na paciência e na fidelidade de cada momento, porque o Senhor virá.
Evangelho: São Mateus 11, 2-11 — “És tu Aquele que há-de vir ou devemos esperar outro?”
O sonho de Isaías descrito na primeira leitura, aparece nesta leitura realizado por Jesus. É Ele que, finalmente, vem anunciar a Boa Nova do seu mistério pascal, em que todos somos chamados a participar. Assim, o fim dos tempos e a sua última vinda já está, em certo modo, a realizar-se. Mas é preciso aguardar, na fidelidade e na vigilância, que ela se realize completamente.
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