A vida nova, surgida do Mistério Pascal, é pelo Baptismo que é comunicada a todos aqueles que, aceitando Jesus como Messias, Enviado e Filho de Deus, aceitam também serem salvos por Ele.
Na verdade, Jesus Cristo, a Quem pertencia estabelecer o modo, pelo qual a salvação se atuaria, quis que a água baptismal, em virtude do Seu Sangue redentor, lavasse os pecados e fizesse renascer os homens para a vida dos filhos de Deus, mandando os Seus Apóstolos a oferecer aos homens o dom do Baptismo ( Mt 28, 19 ).
O Baptismo é, portanto, o nosso segundo nascimento, no seio da Família de Deus, a Igreja.
Mergulhados nas trevas do pecado, mediante a água baptismal que, com o seu profundo simbolismo, nos recorda outras maravilhas da História da Salvação, como a passagem do Mar Vermelho, nós passamos, realmente, das trevas da morte à luz da vida sobrenatural.
Ao inserir-nos em Cristo crucificado e glorificado, o Baptismo faz-nos, com efeito, participantes da Sua Morte e Ressurreição (Col 2, 12), introduz-nos na Sua existência de Ressuscitado.
Começamos assim a viver como “filhos de Deus” cheios duma vida nova, vida indelevelmente marcada pelo Espírito Santo.
1ª Leitura: Primeiro Livro de Samuel 16, 1b.6-7.10-13a — David é ungido rei de Israel
Continuamos a ler, como primeira leitura dos domingos da Quaresma, algumas das passagens mais significativas da história da salvação do Antigo Testamento, para assim compreendermos melhor como a Páscoa de Jesus é o ponto culminante de toda essa história. Hoje lemos a unção de David como rei de Israel. David é um antepassado de Jesus, a quem foi feita a promessa de que um descendente seu seria o grande Rei do povo de Deus. Jesus é esse Rei, Filho de David, mas ao mesmo tempo, Filho de Deus, como Ele próprio Se revela no Evangelho. É Ele que vem para conduzir os homens, como seu Pastor, até ao Pai.
Salmo 22 (23) — O Senhor é meu pastor: nada me faltará
2ª Leitura: Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios 5, 8-14 — “Desperta e levanta-te do meio dos mortos, e Cristo brilhará sobre ti”
Este é o Domingo da luz da iluminação. Essa luz é Cristo, como se diz no final da leitura, numa passagem que é talvez parte de um hino cristão primitivo. O Baptismo é o sacramento da iluminação, da fé, que havemos de professar, de novo, na Vigília Pascal. Se na nossa comunidade houver catecúmenos (que nesta altura, já serão “eleitos”), eles nos ajudarão a sentir como se deve olhar para o baptismo como o momento da “iluminação”, conforme os antigos lhe chamavam.
Evangelho: São João 9, 1-41 — “Eu fui, lavei-me e comecei a ver”
Jesus, que no domingo anterior Se revelou como Aquele que dá a água da vida, revela-Se hoje como a luz que ilumina o homem. O cego de nascença é figura de toda a humanidade, que tacteia, neste mundo, como que às apalpadelas, a caminho da vida, caminho que só Deus lhe pode desvendar. O Baptismo é o banho que ilumina, porque nos faz mergulhar em Cristo que é a luz. Os antigos chamavam justamente ao Baptismo a “iluminação”.
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