Paulo convida os Filipenses a alegrarem-se sempre no Senhor, porque o dia do Senhor está perto.
Não é uma alegria mundana, mas profunda, espiritual e interior, capaz de afastar as preocupações do mundo e de se centrar no Senhor que vem ao encontro da Humanidade. Da mesma forma, o profeta Sofonias anuncia o fim do tempo do duro castigo, exortando à alegria de júbilo. Tudo nos conduz à alegria da proximidade da vinda do Senhor. É uma alegria que responsabiliza quem a acolhe com coração reto e sincero e pede uma conversão concreta, que não negligencie o outro, enquanto imagem de Deus. Hoje também nós nos interrogamos: “Que devemos fazer?” ( Lc 3,10.12.14 ). E obtida a resposta colocado-nos, com generosidade e alegria, ao serviço da missão.
1ª Leitura: Profecia de Sofonias 3, 14-18a —“O Senhor exulta de alegria por tua causa”
Salmo: Isaías 12, 2-6 — Exultai de alegria, porque é grande no meio de vós o Santo de Israel
2ª Leitura: Epístola de São Paulo aos Filipenses 4, 4-7 —“O Senhor está próximo”
Evangelho: São Lucas 3, 10-18 —“Que devemos fazer?”
Neste terceiro domingo do Advento somos convidados a redescobrir a alegria da fé, a alegria de quem faz a experiência que seu Deus está presente, de que Ele habita este mundo em que vivemos. É desta alegria que as leituras que antecedem o Evangelho estão cheias, ganhando um sabor particular em Paulo, ao apelar-nos, na segunda leitura, a que esta alegria se transforme em testemunho de bondade de Deus para com todos. Este ponto particular é algo que o Evangelho de hoje sublinha na perfeição: a nossa alegria com a presença de Deus no meio de nós implica ação, implica uma mudança de vida.
A multidão de pessoas que acorriam a João Batista no deserto, consciente da necessária mudança de vida que vem com a fé no Deus-connosco, apresenta-lhe a questão que também nós, tantas vezes, nos colocamos e colocamos a Deus: “reconhecendo a bondade de Deus, reconhecendo que Deus está comigo e com os meus irmãos, alegrando-me com isso, de que forma devo viver?” – João Batista é claro na sua resposta: apela a que a multidão partilhe os seus bens com quem nada tem, incentiva os cobradores de impostos a não enriquecerem à custa dos outros e, aos soldados, pede-lhes que não abusem do seu poder. Essencialmente, João Batista diz-lhe que pautem as suas obras pela justiça e pela solidariedade, sendo generosos e honestos no seu serviço aos outros.
Num convite à alegria tão pertinente hoje como então, podemos atentar nas palavras que brotam da boca de João Batista e escorrem da pena de Paulo, e examinar os nossos dias e as nossas ações. Então, desde a experiência da vida vivida, podemos traçar um plano de santidade, perguntando-nos: “na partilha daquilo que tenho, na forma como sirvo, em casa e no trabalho, de que forma sou testemunha de um Deus que é bom, que se faz presente e que está connosco?”
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