A imagem de Jesus Misericordioso e o seu modelo foram mostrados numa visão que Santa Faustina teve no dia 22 de fevereiro de 1931 na cela do Convento em Plock. “À noite, quando me encontrava na cela – escreve no Diário – vi Jesus com uma túnica branca. A sua mão direita erguida para abençoar e a outra tangendo a veste junto ao peito. Do lado entreaberto da túnica emanavam dois grandes raios de luz, um vermelho e outro pálido (…) Passado um instante, Jesus disse-me: “Pinta uma Imagem conforme a visão que te aparece, com a inscrição: “Jesus, eu confio em Ti” (Diário 47 . “Quero que essa Imagem (…) seja solenemente benzida no primeiro Domingo depois da Páscoa. Nesse Domingo deve ser a Festa da Misericórdia” (Diário 49).
Essa Imagem não só apresenta a Misericórdia Divina mas constitui também um sinal a relembrar o dever cristão da confiança em Deus e de um ativo amor para com o próximo. Na legenda, segundo a vontade de Cristo, são colocadas as palavras: “Jesus, eu confio em Ti!”. “Esta Imagem – disse também Nosso Senhor – deve lembrar (…) as exigências da Minha Misericórdia, porque mesmo a fé mais forte de nada serve sem obras” (Diário 742)
A Festa da Misericórdia ocupa um lugar privilegiado entre todas as formas da devoção à Misericórdia de Deus reveladas à Irmã Faustina. Pela primeira vez, Nosso Senhor falou sobre a instituição desta Festa em 1931, em Plock, quando exprimiu a Sua Vontade de que fosse pintada a Imagem: “Desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que realizarás com um pincel, seja solenemente benzida no primeiro Domingo depois da Páscoa. Nesse Domingo deve ser a Festa da Misericórdia” (Diário 49).
A escolha do primeiro Domingo depois da Páscoa para a Festa da Misericórdia tem o seu profundo sentido teológico ao mostrar a estreita união que existe entre o mistério pascal da Redenção e o mistério da Misericórdia de Deus. Esta união está ainda sublinhada pela Novena, com a Coroa (o Terço) à Misericórdia Divina, a começar na Sexta-Feira Santa.
A Festa não se resume apenas àquele dia para, de modo especial, louvar a Deus no mistério da Misericórdia, mas também constitui o tempo de graça para todos os homens. “Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pobres pecadores” (Diário 699). “As almas perdem-se apesar da Minha amarga Paixão. Estou a dar-lhes a última tábua de salvação, isto é, a Festa da Minha Misericórdia. Se não adorarem a Minha Misericórdia, perecerão por toda a eternidade” (Diário 965).
A grandeza desta Festa só pode ser avaliada pelas extraordinárias promessas que Nosso Senhor lhe atribuiu: “Quem nessa altura se aproximar da Fonte da vida – disse Cristo – alcançará o perdão total das culpas e dos castigos” (Diário 300). “Neste dia estão abertas as entranhas da Minha Misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre aquelas almas que se aproximarem da fonte da Minha Misericórdia; (…) que nenhuma alma receie vir a Mim, ainda que os seus pecados sejam vivos como escarlate” (Diário 699).
Para aproveitar destes grandes dons é preciso cumprir as condições da devoção à Misericórdia de Deus (a confiança na Bondade de Deus, o amor ativo para com o próximo) e encontrar-se em estado de graça santificante (após a confissão), dignamente recebendo a Sagrada Comunhão. “Nenhuma alma terá justificação – esclareceu Nosso Senhor – enquanto não se dirigir, com confiança, à Minha Misericórdia (…) e, nesse dia, os sacerdotes devem falar às almas desta Minha grande e insondável Misericórdia” (Diário 570).
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