Descanso é necessário após um ano de uma rotina de trabalho tantas vezes com stress à mistura.
Julho, Agosto e Setembro estão aí, os conhecidos meses de férias, tempo de verão em que as aulas também terminam e a época de praia começa.
As férias influenciam no descanso físico e mental, por tirarem a pessoa do stress e da rotina do trabalho diário, por isso são tão importantes para que se possa trabalhar de maneira serena e equilibrada durante o ano inteiro.
Sabe-se que para uma pessoa se desligar por completo desta rotina de trabalho, leva em média de sete a dez dias, explicam tantas vezes os psicólogos. Sendo assim, entende-se que tirar a maior parte dos dias de férias num determinado período do ano, no caso as férias de verão, é o mais recomendável para esta transição do trabalho para o descanso. Existem estudos que mostram que este é um tempo em que as hormonas, como a serotonina e adrenalina, deixam de estar voltadas para a rotina de trabalho, mas vão ajustar-se a outros momentos de prazer que não olhar para um ecrã de computador, por exemplo.
Algumas pessoas, podem optar por “vender” parte das férias e não tiram os dias permitidos por lei, o que se torna arriscado, porque contribui para que os níveis de stress subam cada vez mais. Estudos realizados pela Associação Internacional do Controlo do Stress revela os níveis de stress altíssimos das populações. Uma doença que está ligada diretamente ao stress é o Síndroma de Burnout, que tem atingido tanta gente neste tempo pandémico a começar pelos profissionais de saúde.
Descanso e produtividade
Produtividade e descanso estão intrinsecamente ligados. Muitas empresas, já “aprenderam” que o que tem melhorado a produtividade e reduzido o absentismo é a implantação de programas que almejam basicamente a melhoria do ambiente organizacional, através de ações motivacionais, de promoção da saúde como a ginástica laboral, seguro de saúde, e reconhecimento, seja por meio de bonificações salariais ou apenas de tempo extra.
É importante que o funcionário se sinta bem num ambiente de trabalho agradável, que sinta que é cuidado. Este tipo de atuação e prevenção ajudam a evitar desnivelamentos entre produtividade e o descanso.
Turismo x tirar férias
Descansar e desligar da rotina diária leva tempo. E nem sempre viajar para um outro lugar durante as férias pode significar descanso e sossego.
A diferença de fazer turismo e tirar férias é certa. Vai desde uma questão semântica, das palavras, até considerações emocionais do que isto implica. Se entendermos turismo basicamente com fins de entretenimento e férias como período de descanso a que se tem direito, podemos dizer que um não é sinónimo do outro. Não é preciso se estar de férias para se fazer turismo ou que, necessariamente, precise fazer turismo nas férias. Vai depender de pessoa para pessoa o que representa descanso neste contexto. Será melhor avaliar se será melhor parar e descansar “sem fazer nada” ou passar o tempo todo em outras rotinas agitadas de entretenimento.
Desconectar-se
Desconectar-se de redes sociais, telefone, e-mails parece fora de questão, sobretudo nos dias de hoje. Mas será que nem nas férias não é possível refrear o uso desses aparelhos?
Ficar 100% sem eles é uma tarefa quase impossível. Quase, mas não impossível. Algumas pessoas fazem isto com mais facilidade do que outras. O essencial é conseguir desconectar daquilo que faz mal ou impede de se viver bons momentos no tempo de férias.
Não é necessário desligar o telemóvel durante 2 ou três semanas, mas tentar estar “ligados” pouco tempo, entre um ou duas horas, responder o necessário e voltar ao tempo de férias, já ajuda bastante.
Veja as dicas de Bento XVI, em 23 de julho de 2011, para viver bem as férias:
Repousar durante esses dias a procurar viver de modo novo as relações com os outros e com Deus. Interromper o ritmo quotidiano frenético e repleto de ocupações. Seria bom dedicar mais tempo aos outros e ao Senhor. “Abri um largo espaço para a leitura da Palavra de Deus, particularmente o Evangelho, que, certamente, colocareis na vossa bagagem de férias!”.
Proteger a criação em torno a nós, admirar a beleza e sentir a presença e a grandiosidade do Criador. É um dom magnífico a se observar com atenção, como o fazia Jesus, que sabia interpretar a linguagem e os sinais. Um dom a se respeitar, proteger, pelo qual ser responsáveis frente a Deus, aos outros e à humanidade do futuro. “A realidade divina está escondida em nossa vida diária como sementes enterradas no solo. A nós, cabe fazê-las frutificar!”.
Viajantes e peregrinos descubram com curiosidade inteligente e profunda os monumentos do passado como testemunho de cultura e fé, verdadeiro património espiritual de vínculos com as raízes culturais, lugares – como as catedrais e outras igrejas – em que a beleza ajuda a reconhecer a presença de Deus. “Que o Espírito Santo, que vê os corações, inspire-vos a rezar nesses lugares, dar graças e interceder pela humanidade do terceiro milénio!”.
Parábola em que Jesus compara o Reino de Deus a um tesouro escondido no campo. “Como descobri-lo e adquiri-lo? Somos convidados a dedicar o tempo de férias a buscar a Deus e pedir que Ele liberte a todos nós da carga desnecessária. Peçamos ao Senhor um coração inteligente e sábio que o encontre. Que o exemplo da Virgem Maria nos ajude! Boas férias!”
Amizade, leitura, natureza, cultura e sabedoria para nutrir e refrescar o espírito e continuar renovados o caminho.
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