Estamos no 3º domingo do tempo comum e na liturgia da Palavra o Senhor exorta-nos a não nos fixarmos apenas a momentos especiais da nossa vida em que sentimos o chamamento do Senhor, mas diariamente.
Na 1ª leitura profeta Jonas (3, 1-5.10) é enviado por Deus a Nínive, uma cidade hostil a Israel, para comunicar que a ira divina se iria desencadear contra ela: “Daqui a quarenta dias, Nínive será destruída”. Os habitantes tomaram a sério o aviso profético, fizeram penitência e converteram-se. Assim, Deus desistiu do seu castigo e poupou os ninivitas de uma desgraça coletiva. Israel, que Jonas representa, teve ocasião de aprender que Deus não é vingativo, mas generoso no perdão e que transborda misericórdia. Além disso, os outros povos não são inimigos a derrotar, mas irmãos a ajudar e amar. Todos precisamos de aprender de Deus o modo como tratar o nosso próximo, mesmo que sejam muito diferentes de nós.
O apóstolo Paulo (1Cor 7, 29-31) adverte-nos sobre a brevidade do tempo presente. Há que saber aproveitá-lo o melhor possível, mas recordando sempre que é transitório e que somos peregrinos em direção à eternidade. Viver com paixão o tempo que nos é dado, mas libertos da prisão de quem fica escravo das coisas e do presente. A nossa vida é como uma peça de teatro que não admite ensaios. Há que levar a sério cada cena, vivendo-a como se fosse a última.
O Evangelho apresenta-nos a cena em que Cristo chama os primeiros apóstolos (Mc 1, 14-20). É uma ocasião apropriada para examinarmos a nossa vida cristã como resposta ao chamamento que Cristo nos faz hoje. Não nos fixarmos apenas a momentos especiais da nossa vida em que sentimos o chamamento do Senhor e tomamos decisões que estruturam a nossa vida. Cada dia deve ser encarado como uma atualização da nossa vocação cristã.
O Papa Francisco convocou a Igreja para, em cada 3º Domingo do Tempo Comum, celebrar o “Domingo da Palavra de Deus”. Deus tem mensagens de amor para nos comunicar. Aproveitamos o tesouro da Palavra de Deus? No nosso dia a dia, que importância damos à Sagrada Escritura, à Bíblia? Lemos e rezamos alguma passagem do que Deus nos comunica na sua Palavra, por exemplo, as leituras que a liturgia nos apresenta? Recordemos o que nos diz o Concílio Vaticano II: “Nos Livros Sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro dos seus filhos, a conversar com eles; e é tão grande a força e a virtude da Palavra de Deus que se torna apoio vigoroso da Igreja, solidez da fé para os filhos da Igreja, fonte pura e perene de vida espiritual” (Dei Verbum, 21).
Contemplemos ainda o domingo do Senhor com o Salmo 24(25) – Ensinai-me, Senhor, os vossos caminhos.
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