Na nossa existência crente devemos procurar sempre aquilo que é essencial e que, por assim dizer, move todas as dimensões que queremos ver tocadas pela nossa relação com Deus.
Esta procura estabeleceu o diálogo de um escriba com Jesus sobre o maior mandamento e resultou numa resposta bipartida em que nenhuma das partes anula a outra: a Lei de Moisés entendida a partir do olhar de Jesus Cristo resume-se ao amor a Deus e ao próximo ou, se quisermos, resume-se ao amor que ocupa toda a existência e que nos configura a Jesus no seu caminho decidido em direção à sua paixão e morte, ponto cimeiro de uma existência de amor que se traduz no serviço e na oferta da própria vida para a salvação da Humanidade. Neste domingo inicia em todas as dioceses de Portugal a Semana dos Seminários.
1ª LEITURA: Livro do Deuteronómio 6, 2-6 — “Escuta, Israel: Amarás o Senhor com todo o teu coração”
Amar a Deus de todo o coração, acima de todas as coisas, é lei fundamental para todo o homem. Não é novidade trazida por Cristo; constitui princípio absoluto já no Antigo Testamento. Jesus há-de recordá-lo para o levar depois à perfeição. Não é por acaso que o povo judaico, já desde o Antigo Testamento, introduziu esta passagem bíblica na sua oração da manhã diária.
SALMO RESPONSORIAL: 17 (18) – Eu Vos amo, Senhor: Vós sois a minha força
2º LEITURA: Epístola aos Hebreus 7, 23-28 — “Porque permanece para sempre, possui um sacerdócio eterno”
Na continuação dos domingos anteriores, a leitura da Epístola aos Hebreus aprofunda o sentido do sacerdócio de Cristo; ele é superior ao da Antiga Aliança, porque é intransmissível, por isso, eterno. Na glória da ressurreição, em que vive agora para sempre, Jesus intercede por nós, e as acções sacerdotais da Igreja sobre a terra significam e tornam operante para os homens de todos os tempos e lugares o sacerdócio eterno de Jesus Cristo.
EVANGELHO: São Marcos 12, 28b-34 — “Amarás o Senhor teu Deus. Amarás o teu próximo”
Na Nova Aliança, Jesus, o Filho de Deus, leva à perfeição o primeiro mandamento da Lei, o amor de Deus, e declara o amor para com o próximo, o segundo mandamento, semelhante ao primeiro. Reconhecê-lo e aceitá-lo é já um grande dom e o ponto de partida para o pôr em prática. Foi assim a primeira atitude do escriba; e Jesus louvou-o por isso. Ele estava já no bom caminho.
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