Estamos no 21º domingo do tempo comum! Vejamos o que a Liturgia da Palavra nos ensina:
A fé é uma iniciativa de Deus que se dá a conhecer aos homens na Revelação, e os introduz na Sua própria vida. É, da parte do homem, acolhimento, conversão e adesão. Acolhimento e adesão a Palavra revelada, em toda a plenitude e com todas as consequências daí decorrentes. Ou tudo, ou nada. O Pai a todos quer fazer entrar no Seu Reino, sem contudo transigir com o mal e a divisão. Desta forma, um só caminho nos é apontado como meio de salvação – Jesus Cristo. “Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna”.
1ª LEITURA: Livro de Josué 24, 1-2a.15-17.18b – “Queremos servir o Senhor, porque Ele é o nosso Deus”
Josué, na sua velhice, pede ao povo de Israel que clarifique a sua atitude para com o único Deus verdadeiro. Parece incrível, mas é assim a nossa realidade humana: cansamo-nos do bem e da verdade e somos seduzidos por ídolos, divindades falsas, absolutos criados à nossa imagem, salvadores de ficção. Deixemos que Josué nos interpele hoje a nós: “Se não vos agrada servir o Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir…Eu e a minha família serviremos o Senhor”. Felizmente existem muitos “Josués” na nossa vida, que, pela palavra e pelo exemplo, nos interpelam a seguir pelo bom caminho da fé, da esperança e da caridade. Não é verdade que os outros que vivem a meu lado precisam que eu seja “Josué” para eles, estimulando-os a serem sempre melhores, mais fiéis a Deus amor?
SALMO 33 (34) – Saboreai e vede como o Senhor é bom.
2ª LEITURA: Epístola de São Paulo aos Efésios 5, 21-32 – “É grande este mistério, em relação a Cristo e à Igreja”
São Paulo, partindo da mentalidade do seu tempo, dá orientações práticas para cumprir o mandamento fundamental de Cristo: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. Assim, as relações humanas não podem ser um jogo de poder, tentando cada um impor-se aos outros. Ser submisso é dar importância e valor mesmo aos que são desconsiderados e descartados socialmente. Amando o nosso próximo, para além do bem que lhe fazemos, estamos também a ser benfeitores de nós mesmos, porque os outros fazem parte de nós. Acredito que só posso ser grande e importante na medida em que colaborar para que os outros sejam grandes e importantes no amor?
EVANGELHO: São João 6, 60-69 – “Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”
O Evangelho apresenta-nos a conclusão do discurso que Jesus fez, na sinagoga de Cafarnaum, sobre o pão da vida, sobre a Eucaristia. É a ocasião da heresia de muitos dos seus ouvintes, os mesmos que queriam levar Jesus triunfalmente como rei, pois tinham sido testemunhas do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes. Mas, quando Jesus lhes falou da Eucaristia, do “pão vivo descido do céu”, desistiram de ser cristãos: “A partir de então, muitos dos discípulos afastaram-se e já não andavam com Ele”. Queriam ser cristãos para participar em atos solenes de deslumbramento, mas não cristãos eucarísticos, de um Deus humilde que se serve em pão. Dêmos graças a Deus, porque estamos do lado de Pedro, e do seu atual sucessor, Francisco, confessando a nossa fé em Cristo eucarístico: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus”.
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