A 25 de Janeiro celebramos a conversão de São Paulo.
A 25 de Janeiro celebramos o encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (de 18 a 25 de janeiro, no hemisfério norte).
O que têm estes factos em comum? Nada! Tudo!
Acérrimo perseguidor dos discípulos de Jesus, Paulo dirigia-se para Damasco, movido pelo zelo e pela fidelidade ao Deus de Israel, para arrasar a comunidade que nascia naquela cidade. No caminho, com tempo para meditar, o seu coração vai-se abrindo e no seu intímo o Senhor Ressuscitado revela-Se-lhe. Pela graça da escolha divina, Paulo torna-se um evangelizador, profundo conhecedor da Palavra, defensor de Cristo: por Ele viveu, por Ele morreu. Foi incumbido de levar a Boa Nova a todos os povos sendo ele o Apóstolo que mais contribuiu para a evangelização dos povos pagãos.
A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos começou a ser celebrada em 1935, por iniciativa de um padre de Lyon, Paul Couturier, que se baseou no “Oitavário pela Unidade da Igreja”, iniciado em 1908, pelo presbítero anglicano norte-americano Paul Wattson. A partir de 1968, porém, a Semana de Oração avançou um passo assinalável, sendo assumida e preparada pelas diversas confissões cristãs, mediante o trabalho conjunto da Comissão Fé e Constituição (Conselho Mundial das Igrejas) e do Secretariado para a Promoção da Unidade dos Cristãos, atualmente, Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos (Igreja Católica Romana). Todos os anos, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é subordinada a um tema específico, sempre formulado numa breve expressão bíblica. Este ano, a Semana de Oração foi vivida sob o tema bíblico “Permanecei no meu amor e produzireis muitos frutos” (João 15,5-9), proposto pela Comunidade Ecuménica Monástica de Granchamp (Suíça).
A necessidade de encontro e de diálogo entre as várias confissões cristãs responde ao apelo de Cristo: “Não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer em mim, por meio da sua palavra, para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste.” (João 17, 20-21).
É necessário criar mais espaços de encontro, de diálogo e de partilha entre os cristãos das diferentes confissões: espaço de conversão, de gestos concretos de amor, de compreensão, porque na realidade “há um só Corpo e um só Espírito, assim como a vossa vocação vos chamou a uma só esperança; um só Senhor, uma só fé, um só baptismo; um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por todos e permanece em todos” (Carta aos Efésios 4, 4-6). O diálogo é cruzamento de linguagens, de significados, de culturas, de histórias.
As principais divisões entre as Igrejas Cristãs ocorreram no século V, depois dos Concílios de Éfeso e de Calcedónia – Igreja Copta, do Egito, entre outras; no século XI com a cisão entre o Ocidente e o Oriente – Igrejas Ortodoxas; no século XVI, com a Reforma Protestante e depois a separação da Igreja de Inglaterra (Anglicana).
Como poderemos dar a conhecer a Boa Nova se somos irmãos desavindos, que se concentram mais nas memórias das feridas antigas do que na força vivificante que vem do Espírito? Como podemos levar os outros a acreditar que é importante fazer um encontro pessoal com Cristo Jesus, com o Seu reino, se entre nós, os cristãos, queremos fazer valer as mesquinharias e as desconfianças?
Que possamos viver este cântico/oração: “Senhor, congregai-nos na unidade e dai-nos a felicidade da união”.
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