É um ato de coragem inverter a marcha na rampa deslizante do que parece bem e recebe aplausos

Vejamos hoje a meditação da liturgia dominical do 12º domingo do tempo comum – ano A

1ª Leitura | Jeremias 20, 10-13

Salmo 68(69), 8-10.14.15.33-35 | Pela vossa grande misericórdia, atendei-me, Senhor)

2ª Leitura | São Paulo aos Romanos 5, 12-15

Evangelho | São Mateus 10, 26-33

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A missão de um profeta, ontem e hoje, é semelhante a quem vai em contramão na estrada das facilidades e do pensamento dominante. É um ato de coragem inverter a marcha na rampa deslizante do que parece bem e recebe aplausos. É o que faz o profeta Jeremias, que acompanha o seu povo, em nome de Deus, nos tempos dramáticos em que o rei Nabucodonosor, da Babilónia, cercou Jerusalém para a tomar de assalto, a saquear e escravizar os sobreviventes. Sempre, mas sobretudo nos momentos  de provação, é oportuno dirigir-nos confiadamente ao único Senhor que é omnipotente: “A Vós confiei a minha causa. Cantai ao Senhor, louvai o Senhor, que salvou a vida do pobre”.

São Paulo contrapõe a desobediência de Adão, fonte de perdição para todos, à obediência de Cristo, salvador da humanidade. É um desafio a sermos imitadores e atualizadores da obra de salvação de Jesus Cristo, sendo fiéis cumpridores da vontade salvífica de Deus. Rezemos e pratiquemos a prece do Pai-Nosso: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Céu”.

O Evangelho segundo São Mateus é escrito em tempos de perseguição à nascente Igreja de Cristo. Ser cristão era uma decisão que exigia coragem. Mas Domiciano, o imperador de Roma, a única superpotência desse tempo, não era de algum modo omnipotente. Nesta passagem é exorcizado o medo que paralisa a liberdade e nos faz prisioneiros em campo aberto. Jesus Cristo não promete facilidades aos seus seguidores, mas garante a sua poderosa presença em tudo o que nos acontecer: “Não temais… A todo aquele que se tiver declarado por Mim diante dos homens, também Eu Me declararei por ele diante de meu Pai que está nos céus”. Passados que são dois milénios, esta promessa mantém a sua plena validade. Deus será eternamente “Emanuel – Deus connosco”.