Se olharmos para o panorama mundial, ficamos petrificados diante de tanta maldade humana, de tanta negatividade, de tanta falta de empatia e amor pelo próximo. Mas será essa a verdadeira realidade do mundo em que vivemos?
À primeira vista parece que sim. Mas, há muito mais que vai germinando no silêncio. Contudo, «vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar», como disse Sophia de Mello Breyner.
Vemos um mundo devastado pela guerra, onde há guerras de primeira, que abrem os telejornais e as primeiras páginas; e guerras de segunda ou terceira categoria, pura e simplesmente ignoradas. Haverá só guerra na Ucrânia e na Terra Santa? E o Sudão do Sul, Moçambique, Somália, Myanmar, Venezuela, Haiti, e tantos outros conflitos, onde ficam no meio de tudo?
Ouvimos profetas da desgraça, arautos de más notícias, que nos preanunciam guerras e rumores de guerras. Um aluno, num dia destes perguntou-me, meio assustado: «professor, acha mesmo que vai começar a 3.ª guerra mundial?» Tive de o tranquilizar e encher de esperança.
Lemos em sites, jornais e revistas, notícias, comentários e opiniões, onde a esperança parece posta de parte e onde tudo é mau e o fim nuclear está iminente.
O saudoso Papa Bento XVI disse um dia que «o bem vai vencer, mesmo que o mal faça mais barulho».
Sim, creio, firmemente, na vitória da esperança sobre o desespero, da fé sobre a descrença e o desnorte, do amor sobre o ódio e a indiferença.
Há sinais de esperança. Tréguas e cessar-fogo foram assinados no Líbano. Esperemos que a Terra Santa seja o princípio do fim de todas as hostilidades e possamos viver em paz.
Nesta época de advento e de preparação para o Natal, redobremos todos os nossos esforços por criar, apoiar e espalhar a melhor notícia que existe: a Paz.
Em Portugal, existem há uns anos duas campanhas promotoras da paz: a iniciativa Dez Milhões de Estrelas da Cáritas Portuguesa; e a Luz de Belém do Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português.
A primeira campanha desafia-nos a adquirir uma vela, em forma de estrela, e a acendê-la na noite de Natal, naquela noite em que uma nova Estrela brilhou sobre Belém da Judeia. O valor angariado servirá para mitigar a fome e as necessidades de milhares de pessoas no nosso país. Que cada português, já somos mais de dez milhões, possa ajudar com o pouco ou muito que está ao seu alcance.
A segunda campanha que referi, trata-se da partilha da chama trazida na gruta de Belém, da basílica da Natividade, na Terra Santa. Os escuteiros acendem uma lanterna na vela que assinala o lugar onde Jesus nasceu e depois a luz é levada e partilhada nas igrejas, capelas, agrupamentos de escuteiros, centros de catequese e escolas. Uma pequena chama espalha-se pelo mundo e pode brilhar em todas as casas, fazendo recordar as belas palavras dos anjos, no primeiro Natal: «Anuncio-vos uma grande alegria: hoje nasceu o Cristo Senhor… Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade».
Façamos brilhar as estrelas da nossa esperança, acendamos luzes que mostram o caminho seguro àqueles que parecem caminhar nos vales sombrios das sombras da morte e das trevas.
As trevas podem fazer muito barulho, mas sabem os seus promotores que, no fim, o bem, o amor e a paz triunfarão. Sejamos mensageiros da paz!
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