A mensagem de Fátima, desde os inícios, foi um farol de fé e de esperança para os portugueses e para todo o mundo. As aparições deram-se no decorrer da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e da entrada de Portugal nesse conflito (1916-1918). Na revelação que fez, conhecida como «Segredo de Fátima», advertiu-nos que os homens, sem Deus nos seus corações, podem fazer cada vez guerras mais mortíferas (Segunda Guerra Mundial, Guerra Fria, a Terceira Guerra Mundial aos pedaços que estamos a viver, como refere o Papa Francisco) e que os povos e os bons teriam muito de sofrer.
A Virgem Maria deu a solução para os males da guerra e da descrença: a oração do terço. Disse aos pastorinhos «Rezai o terço todos os dias para alcançar o fim da guerra e paz para o mundo».
Em 1917, a Mãe de Deus veio ao encontro da humanidade, hoje somos nós e as centenas de milhares de peregrinos que nos dias 12 e 13 de maio enchem por completo o Santuário de Fátima. Dezenas de milhares vieram a pé de todos os cantos de Portugal, de Viana do Castelo e Montalegre (mais a norte) e de Aljustrel, distrito de Beja (mais a sul), de acordo com os dados oficiais do santuário.
Em toda esta peregrinação, um dos sinais mais evidente foi a enorme presença de jovens. É um sinal de esperança, um possível fruto das Jornadas Mundiais da Juventude de Lisboa 2023. Pode ver-se o lema sempre atual «Ecclesia semper reformanda» – «A Igreja está sempre a renovar-se».
Impressionou-me ver várias pessoas com a bandeira da Ucrânia pelas costas, a descer de joelhos e a rezar, desde a Cruz Alta até à Capelinha das Aparições. Também impressionante foi ter conhecido a primeira igreja ucraniana, greco-católica, construída de raiz em Portugal, que se está a erguer em Fátima, entre a Lomba D’Égua e a igreja paroquial de Fátima.
Outro sinal de esperança que Fátima lança dá ao mundo é a multiplicidade de origens dos grupos de peregrinos. Cerca de 200 grupos organizados, provenientes dos cinco continentes e de 33 países diferentes.
Em Fátima sente-se a verdadeira família humana: somos todos filhos de Deus, irmãos em Jesus Cristo, membros da Igreja. Todos juntos, sem olhar a etnias, cores, línguas e culturas diferentes.
As peregrinações a Fátima são um dos sinais mais genuínos do povo de Deus, o seu mar de luz que erradia a luz de Cristo, a oração que reconforta a alma, a paz que nos faz viver como irmãos.
A unidade na diversidade, guiados pelo Papa, que nos tem desafiado a fazer um caminho, um mesmo caminho, todos juntos, sem excluir ninguém. É este o sentido de sínodo «fazer o mesmo caminho».
Caminhemos ao encontro de Maria… caminhemos com Maria…ao encontro de todos os irmãos e de todas as pessoas que são o rosto visível de Jesus Cristo.
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