Após confessar os jovens da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Papa Francisco, partiu para o encontro com representantes de instituições de caridade na Paróquia de São Vicente de Paulo, localizada entre os bairros de Serafina e o Bairro da Liberdade, dois bairros periféricos com condições habitacionais precárias na Cidade de Lisboa.
No encontro com o Papa estiveram presentes o Centro Social Paroquial São Vicente de Paulo, a Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro ‘Acreditar’, e a Associação Ajuda de Berço.
A Paróquia de São Vicente de Paulo, emprega cerca de 170 pessoas que, nas mais diversas funções, cuidam de uma uma creche, do jardim de infância, das atividades lúdicas para as crianças, das atividades de lazer para crianças e jovens, de uma lar para idosos e deficientes, bem como o apoio domiciliário.
A paróquia foi criada a 25 de março de 1959 pelo Cardeal Patriarca D. Manuel Gonçalves Cerejeira e confiada aos Padres Missionários da Consolata juntamente com a de Santo António de Campolide. O seu fundador e primeiro pároco foi o Padre José Gallea, Superior Regional dos Missionários da Consolata.
Desde o início e por vontade expressa do Padre Gallea, a paróquia foi confiada à proteção de São Vicente de Paulo, com o objetivo de seguir a sua inspiração, a de saber “Amar a Deus nos pobres”. A paróquia, fiel ao seu santo padroeiro, constituiu-se como um sinal do amor de Deus na própria realidade.
Crianças nascidas no bairro cantaram e dançaram alegres à espera de Francisco. A sua simplicidade e acolhimento tratando todos de forma única e especial faz de Francisco um homem diferente, partilhou uma moradora que afirmou “desde que vi o avião dele a chegar que me sinto abençoada”.
Representantes das três instituições de caridade, crianças e jornalistas lotaram o auditório. Além da moldura humana que recebeu Francisco, também o coro de crianças que cantou “A eternidade jamais passará, a eternidade é o maior tesouro dos homens” acolheu o Papa.
O centro paroquial dispõe de diversos apoios sociais: berçário, creche, serviços de apoio a famílias e deficientes e através da intercessão do seu padroeiro, São Vicente de Paulo, nesta obra eclesial o pedido tantas vezes repetido pelo Santo Padre para que a Igreja vá às periferias de facto acontece.
Na ‘Casa Família Ajuda de Berço’ em Lisboa vivem 40 crianças recém nascidas que permanecem até 13 anos e são cuidadas 24h por dia.
Já a Acreditare, há trinta anos que auxilia jovens e crianças com cancro nos seus tratamentos oncológicos, sobretudo com aqueles doentes que estão mais longe de casa. Apoiam ainda estes jovens e crianças com ajuda psicológica, apoio emocional e material.
Após as boas vindas do Pároco e do diretor do Centro Francisco Crespo, as três instituições apresentaram o trabalho que desenvolvem ao Papa e agradeceram a visita do Pontífice.
O Papa no discurso para esta ocasião começa por destacar que “não existe amor abstrato, o amor platónico está em órbita e não na realidade”. E levou os participantes e ouvintes a refletir: “o amor que se sente é um amor concreto ou abstrato? temos nojo da pobreza? Os que vivem sem deixar marcas, não têm peso, aqui temos uma realidade que deixa marcas, que inspira a outros”.
E depois de proferir estas palavras quebrou o protocolo abandonando o discurso pronto e espontaneamente reforçou que ali se gera vida, porque quem ali trabalha e doa a sua vida ‘suja’ as mãos e ‘tocam’ a realidade concreta das pessoas.
O Papa concluiu este momento com a oração e bênção dos presentes, cumprimentou as crianças e deixou centelhas de esperança. Francisco seguiu em direção à embaixada do Vaticano em Lisboa, a Nunciatura Apostólica para um almoço com jovens peregrinos.
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