Violência psicológica, você sabe o que é?

Saiba o que é violência psicológica e quais os tipos de agressões existentes

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Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Violência psicológica é um tipo de agressão que, em vez de machucar o corpo da vítima, traz danos a seu psíquico e emocional, fere o equilíbrio afetivo, a capacidade de tomar decisões e o estado de bem-estar necessário que para que o indivíduo possa viver com dignidade.

Esse tipo de hostilidade não deixa sinais físicos, por isso não é tão perceptível, mas, por vezes, imprime marcas negativas tão profundas em quem a sofre, que abalam e traumatizam pelo resto da vida.

Um fator que está geralmente ligado à violência psicológica é a dependência afetiva da vítima. De alguma forma, o agredido vê, na brutalidade do agressor, um tipo de segurança para ele. A carência afetiva o faz manter uma certa cumplicidade com tais sofrimentos, associa que o parceiro com temperamento explosivo é o protetor, o ciume patológico como demonstração de quem quer manter o relacionamento a todo custo e as ameaças como que gestos desesperados de amor.

Outro ponto é que a pessoa dominada, na maioria das vezes, tem baixa autoestima, um provável reflexo de opressões e angústias vivenciados em seu histórico.

A violência psicológica é crime, está lá no artigo 7º da lei Maria da Penha: “Constrangimentos, ridicularização e perseguição, entre outras ações causadoras de danos emocionais”. Contudo, a complexidade em definir, por exemplo, o que é uma crise de relacionamento da agressão moral e psíquica, torna difícil trazer à tona provas que a identifiquem.

Não somente os casais vivem esse tipo de problema, mas crianças, pessoas deficientes e idosos que dependem dos cuidados de outros. Estes, não raramente, sofrem por negligência, impaciência e intolerância dos seus responsáveis. Também eles podem sofrer os tipos de violência abaixo relatados.

 

Saiba quais são os tipos de agressões

 

– Violência verbal: caracteriza-se por proferir xingamentos, obscenidades ou palavras que desclassificam e julgam o outro incapaz.

– Indiferença: é o comportamento neutro, a omissão ou o descaso com a vida e as necessidades do outro, o que, por vezes, machuca mais do que o ódio declarado.

– Intolerância ou discriminação: despreza as características, a cultura, os valores e a crença do outro.

– Perseguição: disposição em causar dano ou mesmo só o escárnio a alguém de forma sequencial, quando não basta agredir ou ridicularizar apenas uma vez. Numa palavra mais moderna, é o famoso bullying.

– Chantagem: condicionar o bem que se pode fazer ao outro, isentá-lo de punição ou suprir uma de suas necessidades mediante uma retribuição ou satisfação imoral para o agressor.

– Causar dependência do outro: acontece quando uma pessoa identifica (ainda que inconscientemente) a carência afetiva do outro e usa disso para oprimir, sufocar e impor suas vontades na vida dele.

– Econômica: Sustentar o outro em necessidades básicas ou seus apegos e vícios; em troca, tirar sua liberdade e impor condições para satisfazer a vontade própria.

– Exposição pública: constranger, desrespeitar, causar medo ou vergonha, divulgar fatos da intimidade de alguém, de forma que muitas outras pessoas possam ver ou ter acesso. Também, denunciar em público o que deveria ser levado a uma autoridade.

– Impor condição privilegiada: O agressor argumenta que sua condição está acima da da vítima e, por isso, ninguém vai acreditar nele ou considerá-lo.

– Ameaça ou intimidação: Quando o agressor impõe uma vantagem, força ou instrumento de força (uma arma, por exemplo) apenas como forma de intimidar, ameaçando de agressão física ou obrigando a vítima a ceder algo contra sua vontade.

Existe também a violência psicológica institucionalizada, como é o caso do terrorismo, dos governos ditatoriais e da ação de organizações criminosas, verdadeiros organismos que se articulam para impor seus ideais a um povo ou localidade.

Provavelmente, todos nós, ainda que num nível superficial, vivenciamos algum desses tipos de violência psicológica. Na escola, em casa, no trabalho, entre conhecidos, na rua, fomos vítimas ou quem sabe agressores. Daí a importância de tomarmos consciência do mal que podemos fazer e renunciar a esse tipo de atitude.

Num mundo que, cada vez mais, vive a violência de tantos tipos, precisamos, a partir de nós, romper com todo tipo de agressão, desde os nossos mais simples gestos.

 

Fonte: Cancaonova.com