O Santuário de Fátima assinalou o Dia dos Pastorinhos, com especial menção pela data da morte da beata Jacinta Marto, a mais nova dos três videntes de Fátima, falecida a 20 de fevereiro de 1920.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o capelão do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, onde Jacinta passou os seus últimos dias, destaca uma figura “muito inspiradora” para a Igreja Católica, para a pessoa doente e para o próprio hospital.
O padre Carlos Azevedo recorda que os pastorinhos de Fátima – Francisco, Jacinta e Lúcia – foram não apenas exemplos de devoção e de fé mas também de “heroicidade no sofrimento”.
E no caso de Jacinta Marto, que morreu vítima de doença bronco-pulmonar, “ela passou por muitas provações, não só no Dona Estefânia mas especialmente aqui”, frisa o sacerdote.
O Hospital Dona Estefânia é uma unidade de saúde particularmente orientada para o tratamento de crianças e jovens.
“Jacinta Marto foi aqui sujeita a uma intervenção cirúrgica muito difícil. O facto de ela ter passado aqui tantas horas sozinha, sem a família, inspirou muitos profissionais a estimularem os pais para que a sua presença não fosse só durante uma curta visita durante o dia, mas que pudessem estar todo o dia junto delas, das suas camas, enquanto estivessem internadas”, conta o capelão.
Os sinais da presença de Jacinta Marto naquela casa continuam a dar alento a todos quantos por ali passam.
“Muita gente diz que veio para a Estefânia trabalhar pelo facto de Jacinta Marto ter passado por aqui, e pela sua devoção e fé católica. Temos também muitos voluntários que vêm tocados pela mensagem de Fátima e aqui servem a instituição e os seus principais utentes, as crianças”, explica o padre Carlos Azevedo.
Além disso, “muitas crianças se recomendam a Jacinta Marto, pedem a sua intercessão, muitos profissionais também, e muita gente procura a capela do hospital diariamente como um espaço para encontrarem alento para o seu sofrimento, um pouco mais de força e de coragem”, acrescenta.
Para o sacerdote, o exemplo dos três pastorinhos, e concretamente de Jacinta, continua hoje a ser essencial, também para o modo como as pessoas podem ultrapassar o seu sofrimento.
“Muitas vezes isto serve para passarmos para a restante comunidade hospitalar um bocadinho dessa fortaleza, para que nas horas de maior dificuldade, não seja só o sofrimento a comandar a vida, mas também a nossa valentia, a nossa fé, o nosso amor, a esperança que é tão fundamental nestas horas”, conclui o padre Carlos Azevedo.
Este domingo, o Programa ECCLESIA na Antena 1, pelas 6h00 da manhã, vai assinalar o aniversário da morte de Jacinta Marto, com uma conversa com o capelão do Hospital Dona Estefânia, que falará também sobre a forma como o legado da pastorinha continua a atrair à unidade de saúde inúmeros peregrinos.
Já há inclusivamente um roteiro de peregrinação que passa também pelo Convento das Clarissas, na Estrela, onde Jacinta Marto esteve, e a igreja dos Anjos, onde a pastorinha foi velada.
Fonte: Agência Ecclesia
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