Diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo defende que o acolhimento tem de ser marca para quem procura «paz interior»
O diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT), padre Carlos Godinho, considera que a pandemia vai obrigar o setor a uma adaptação na redescoberta e diversificação da presença no território, que a Igreja tem de saber acolher com uma “resposta espiritual”.
“O desafio que se coloca aos meios mais pequenos mas que vão ser procurados, onde as pessoas se sentirão mais seguras, é desde logo acolher as pessoas como dever primeiro, o acolhimento está no coração da pastoral do turismo”.
O responsável católico acredita que as pessoas vão fugir dos grandes centros, seja por razões de segurança ou saúde, pelo que “necessitam de espaços de tranquilidade e natureza”, onde possam encontrar “paz interior”.
“É preciso saber acolher para que possam visitar o património, mas que encontrem também alguma resposta espiritual às suas inquietações e ansiedades”, deseja o sacerdote.
O padre Carlos Godinho considera que o Turismo foi das “atividades que mais sofreu” com o confinamento, dado que a restrição levou o setor “quase ao limite” e obriga, agora, a “novas formas de resposta”.
“Teremos uma diversificação de presença no território, sinto que as pessoas não vão procurar os espaços que todos procuram e que pode ser oportunidade para revalorizar os espaços mais pequenos e redescobrir outros, seja de veraneio, as praias fluviais, património e natureza que não se visitava”.
Esta redescoberta que pode ser feita pelo “turismo interno” traz uma “valorização do todo territorial” onde, segundo o entrevistado, a Igreja tem um papel importante.
“Há ainda um trabalho longo a fazer, penso que a médio e longo prazo, mas com a abertura das Igrejas, urge a qualificação das visitas para que haja uma leitura do que visitam”, refere.
O padre Carlos Godinho reconhece toda a “readaptação que vai haver nas visitas ao património”, cumprindo todas as regras de saúde, mas o património imaterial, na “dimensão festiva” este verão é muito limitada. “O verão que se aproxima não será das festas, do encontro e celebração das pessoas que residem no mesmo lugar, nem dos que acolhem de modo especial os seus emigrantes, vai ser um tempo restritivo e marcado pela contenção”, afirma o diretor da ONPT.
O sacerdote projeta que este verão vai ser um “quadro marcado pela dimensão mais íntima e familiar”, o que pode dar a possibilidade da criatividade dos párocos, neste âmbito pastoral, para valorizar a dimensão espiritual com novas propostas.
Os feriados de junho serviram de referência para o que vai acontecer este verão, pelo que o padre Carlos Godinho acredita que o “turismo interno é aquele que vai dar resposta a esta realidade e não haverá ‘boom’ turístico vindo de fora”.
Fonte: Agência Ecclesia
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