O Vaticano reagiu a notícias vindas de Pequim sobre eventuais ordenações de bispos sem autorização do Papa, por parte da chamada ‘Associação Patriótica Chinesa’ (APC), não reconhecida pela Santa Sé.
“A Santa Sé não autorizou qualquer ordenação nem foi informada oficialmente de tais acontecimentos. Se as mencionadas ordenações episcopais forem reais, constituem uma grave violação das normas canónicas”, refere o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, em declaração publicada na sala de imprensa da Santa Sé.
Segundo a nota oficial, nas últimas semanas sucederam-se notícias sobre “algumas ordenações episcopais conferidas sem mandato pontifício” a sacerdotes da comunidade não-oficial da Igreja Católica na China.
A Santa Sé “espera que tais notícias sejam infundadas”, realçando que, em caso contrário, terá de esperar por informações e documentação antes de “avaliar adequadamente estes casos”.
“Não é lícito levar a cabo qualquer ordenação episcopal sem o necessário mandato pontifício, nem sequer tendo como base convicções pessoais”, acrescenta o texto.
O regime de Pequim criou em 1957 a APC – Associação Patriótica Católica para evitar interferências estrangeiras, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado – o que inclui o controlo sobre a nomeação de bispos, pretensão não reconhecida pelo Vaticano.
A China obriga os bispos católicos a registar-se junto do Departamento dos Assuntos Religiosos da China, especificando que “aqueles que não obtiverem ou perderem as credenciais profissionais não podem comprometer-se em atividades como pessoal religioso”.
Fonte: Agência Ecclesia
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