Viva 2018, esse ano novo, com fé e prosperidade em Deus e presente na sua família
O fim do ano é uma ocasião propícia para revermos nossa vida, nossas metas e onde temos colocado nossas energias e, assim, recalibrar nossos esforços à direção correta.
Todo bom plano ou planejamento começa pelo fim: onde queremos chegar? Somente após se ter uma ideia clara sobre “o que se quer conquistar”, começa-se a construir os projetos e as estratégias para alcançar a sonhada meta.
Infelizmente, para milhões de famílias brasileiras, a meta de 2018 se resume a ganhar dinheiro. Mas, será que é o dinheiro que irá fazer sua família feliz em 2018?
Os que vivem no cinismo do materialismo puro, gostam da frase: “o dinheiro não traz felicidade, mas manda buscar.” Se reconhecem que o dinheiro não traz a felicidade de ninguém, ainda não pararam para pensar que a felicidade, a qual buscam, é sempre uma “felicidadezinha” atrelada a um bem ou conquista material que passa. “Tudo passa, só Deus basta” dizia com extrema propriedade Sta Teresa d’Avila.
Eu e minha casa serviremos ao Senhor
Comece seu planejamento familiar para 2018 com esta meta: nesse novo ano, precisamos ser mais de Deus! Precisamos, enquanto família, buscar a felicidade que não passa, combater o bom combate e estabelecer, já aqui na terra, o Reino de Deus em primeiro lugar na nossa casa. O fruto disso será paz, harmonia, solidariedade, verdadeiro amor entre aqueles que você mais ama. O lugar do seu repouso será realmente um local para recarregar as forças para as batalhas da vida.
Se sua família caminha na Fé com você, maravilha! Partilhe isso com eles: o que podemos fazer juntos, para atrair a Deus (cada vez mais) ao interior da nossa casa em 2018? O que cada um pode fazer para crescer no amor e na amizade de Deus, e fazer de nossa casa um lar como o de Nazaré, como a casa da Sagrada Família?
Se você ainda está sozinho, seja a porta de entrada de Jesus em sua casa, suplique que Ele permaneça com vocês; pois, “já é tarde e já declina o dia” (Lc 21,29) da sua família. Que não seja necessário a morte, a angústia e as tribulações para que todos acordem.
O jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens (Mt 19, 22)
Estabelecida a meta, qualquer planejamento divide-se em duas etapas: o que eu já tenho que me ajuda a atingir o meu objetivo? O que eu tenho, ou vivo, que me atrapalha?
Reflita bem se, aquele emprego maravilhoso que vai pagar o dobro, mas tem o inconveniente de ser numa cidade bem distante, é o melhor para a sua família. Será que o carro novo (e a dívida que vem com ele) é, de fato, o que precisamos? Quando a meta passa a ser a verdadeira felicidade familiar, e não mais o dinheiro, o status, as conquistas, os que os outros vão dizer, falar ou pensar, tudo adquire uma perspectiva nova. Começamos a viver dentro da perspectiva do evangelho verdadeiramente.
Não nego a necessidade de bens materiais, entretanto, alerto que há uma ilusão corrente e constante propagada pela mídia de que, se deve adquirir muito e muitas coisas para depois se gozar. A ilusão de que, se não for novo, não é bom. De que aquilo que eu tenho não é suficiente ainda. Uma necessidade de atividade febril e constante construindo “castelos de areia”.
Corre-se o risco de viver como o jovem rico (Mt 19, 16-26) que abandona Jesus, porque está apegado aos seus bens materiais. Ou, ser como o homem que planeja construir celeiros, para guardar muitos bens e viver tranquilo, porém, deverá prestar conta de sua vida e sua alma ainda naquela noite de planejamentos (Lc 12, 16-21).
O que me aproxima e aproxima minha família de Deus? O que, sobre uma aparência de bem e de necessidade nos coloca no rumo errado? Que caminhos devemos percorrer no ano que se inicia? A hora de corrigir a rota é agora. Um pequeno erro no início do projeto, causa uma enorme (e às vezes irrecuperável) distorção no final.
Dai a César o que é de César (Mt 22, 21)
Por último nesse planejamento, vem o dinheiro. Não se vive nesse mundo sem o mínimo de bens e de recursos financeiros. A esmola é tão elogiada na Bíblia, pois possibilitará um mínimo de dignidade para quem a recebe.
É fundamental nesse planejamento entender: qual é a quantidade de dinheiro que necessitamos para viver em família? O limite deve ser claro e tem um nome: se chama escravidão. Para manter a minha família preciso realmente ser escravo do dinheiro? Ou criamos uma estrutura que nos torna escravos de prestações, compromissos, necessidades e supérfluos?
Para viver a liberdade de filhos de Deus, só podemos ter um único Senhor: Jesus Cristo. Afinal, não se pode servir a dois senhores e, por isso, precisamos colocar o falso “deusinho” dinheiro no lugar dele. É ele quem deve nos servir, ou melhor dizendo, nós nos servimos dele para muitas coisas, inclusive para fazer o bem.
Lembre-se de que, quando um navio começa a afundar, joga-se primeiro a carga no mar para tentar salvar os passageiros. Para viver um maravilhoso ano novo cada vez mais próximo de Deus, comece fazendo um retiro da boa morte na sua casa: o que pode ser doado? O que não usamos a tanto tempo porque não serve, foi esquecido ou é um capricho que não podemos doar para alguém que use? Alivie o barco da sua casa e da sua família e tenha fé, lembre-se, Deus proverá.
São passos simples de se entender e se trilhar que trarão inúmeros benefícios neste ano novo. Não são fáceis, mas são necessários! E, não se esqueça, deixar de ser escravo exigem esforços que compensam enormemente no final!
Rezo para que, no final de 2018, você olhe para sua casa e, tendo acontecido o que for, você ainda possa dizer: Deus habita neste lugar e em nossos corações! O resto passa. “Quem tem Deus, nada lhe falta.”
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