Os membros do Comité Superior para implementar o Documento sobre Fraternidade Humana comemoram o primeiro aniversário de assinatura.
Um ano depois que o Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar assinaram o Documento sobre Fraternidade Humana, os membros do Comité Superior que implementaram o documento se reuniram em Abu Dhabi. Na segunda-feira, eles se encontraram com a imprensa.
Papa Francisco lidera pelo exemplo
O juiz Mohamed Abdel Salam, ex-assessor do Grão-Imame de Al-Azhar e secretário do Comité Superior, abriu a coletiva. Ele sublinhou que o Documento sobre a Fraternidade Humana é uma “fonte de inspiração para a humanidade em todo o mundo”. De acordo com ele, o próprio Comité Superior é independente, embora a formação do comité seja apoiada pelo Papa Francisco, pelo Grão Imame e pelo Xeique Mohamed Bin Zayed, de Abu Dhabi.
“A conquista da fraternidade humana precisa do apoio de tomadores de decisão e líderes religiosos, bem como da media”, afirmou. Ele citou um evento recente envolvendo o Papa Francisco, como um exemplo concreto de como o Documento pode ser implementado. “Quando o Papa manifestou seu desejo de acolher várias famílias de refugiados, ele não fez distinção com base na religião.”
A Fraternidade Humana é desejo de Deus
Mons. Yoannis Gaid, disse que os jovens têm um papel importante para cumprir os objetivos propostos para o Documento sobre a Fraternidade Humana. Ele também ressalta que o próprio documento está enraizado na vontade de Deus, porque todos os crentes encontram sua origem em Deus. É Deus quem reúne toda a humanidade em uma família. Portanto, membros de todas as religiões são irmãos e irmãs. São especialmente os jovens que podem se engajar plenamente na transformação dos ideais contidos no Documento em realidades tangíveis, afirmou.
O mundo é uma pequena vila
O professor Mohamed Hussein El-Mahrassawy, presidente da Universidade Al-Azhar, recordou como os signatários do Documento vêm da Europa e da África e que ele foi assinado na Ásia. “O mundo agora é uma pequena vila”, disse ele.
O Documento sobre Fraternidade Humana é oportuno porque fornece uma síntese de como o mundo pode conviver em coexistência pacífica. A Universidade de Al-Azhar já começou a ensinar o Documento sobre Fraternidade Humana e empreenderá outras iniciativas para promover os valores nele contidos.
Documento ético fundamental para a sociedade
Irina Bokova, ex-diretora geral da UNESCO e a última pessoa a ingressar no Comité Superior, esteve presente para a assinatura do documento há um ano. Ela disse que “é importante ver o Documento como um documento ético fundamental de nosso tempo”.
Os jovens podem encontrar respostas neste documento, continuou ela, e está em harmonia com o quarto ponto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, voltados para a educação.
Passando de “eu” para “nós”
Por fim, o rabino Bruce Lustig, rabino sénior da Congregação Hebraica de Washington, disse que o documento contém as coisas mais difíceis que o mundo precisa. Esse documento, enfatizou, está em harmonia com todas as religiões do mundo. “Somos uma família, morando em uma casa”, afirmou. Portanto, cada pessoa deve a cada outra pessoa respeito e dignidade, tornando-nos responsáveis um pelo outro.
Ele chama todos, disse ele, “para passar de ‘eu’ para ‘nós’. Com 70 milhões de refugiados no mundo, é bom lembrar que agora estamos “indissociavelmente ligados entre si”. O Documento pede que lidemos com a realidade da migração, tanto em termos de compreensão da cidadania de maneira diferente quanto em termos de oferecer educação para os deslocados.
Visita ao príncipe herdeiro de Abu Dhabi
O Comité Superior fez uma visita a Sua Alteza, o Xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan, na tarde de segunda-feira e informou-o das iniciativas que estão prestes a iniciar. O xeique incentivou o Comitê e garantiu seu apoio para que o Documento se tornasse uma realidade concreta. Ele também disse aos membros do Comité que eles não podem imaginar a importância do que estão fazendo para as gerações futuras.
Um dos membros do Comité disse que o Xeique era muito cordial durante a reunião e acompanhou o grupo quando eles saíram. Este é um gesto reservado a personagens muito altos e a grupos que têm o apoio total do xeique, comentou.
Fonte: Vatican News
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