Terror jihadista em África causou milhões de deslocados em 2019, alerta responsável da Fundação AIS

A região da África subsaariana foi das áreas do globo onde mais pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, fugindo de zonas de conflito e violência, durante o ano passado. No dia 20 de Junho, em que se assinala em todo o mundo o Dia Mundial do Refugiado, a Fundação AIS alerta para o agravamento da situação humanitária nesta região do continente africano, por causa da crescente actividade de grupos jihadistas.

Regina Lynch, Directora de Projectos da Fundação AIS a nível internacional, identifica o “aumento das operações de grupos jihadistas na região do Sahel, como é o caso de Burkina Faso, Camarões e Nigéria”, como estando na origem de mais de 4,6 milhões de novos deslocados ao longo do ano passado.

No entanto, a região do Sahel foi apenas uma das zonas do globo onde mais se acentuou este problema humanitário. Aliás, o número de deslocados internos e de refugiados atingiu um valor nunca visto na história, com mais de 79,5 milhões de pessoas, segundo dados das Nações Unidas.

Para a Fundação AIS, que nasceu no final da II Guerra Mundial para auxiliar os refugiados e deslocados no continente europeu, nomeadamente na região leste da Alemanha, este é um elemento identificador da sua missão, mobilizando recursos e auxiliando as populações mais atingidas.

E os cristãos, que continuam a ser a comunidade religiosa mais perseguida em todo o mundo, estão no topo de todas as prioridades. Só durante o ano passado, a Fundação AIS financiou mais de 90 projectos num valor global de cerca de 6,3 milhões de euros.

Esta verba permitiu auxiliar directamente refugiados e deslocados internos especialmente em países como o Líbano, Síria, Iraque, mas também Turquia, Sudão, Tanzânia, Camarões e Etiópia. O apoio ao regresso dos deslocados, sempre que haja condições para isso é também prioritário na missão da Fundação AIS.

Regina Lynch sublinha a importância do trabalho desenvolvido pela Igreja nos quatro cantos do mundo no apoio aos deslocados e refugiados.

Um trabalho que, tantas vezes, só tem sido possível graças à generosidade dos benfeitores da instituição. “Fiel às suas raízes, a Fundação AIS, enquanto organização pastoral internacional, trabalha com as Igrejas locais que muitas vezes carecem dos meios necessários para dar assistência social e pastoral às comunidades deslocadas internamente e para atender às suas necessidades espirituais”, explicou Regina.

O aumento de violência na região do Sahel, em África, concitam uma enorme preocupação para a Fundação AIS, pois albergam comunidades cristãs que estão a ser um dos alvos principais dos grupos jihadistas. Por isso, diz ainda Regina Lynch, países como o “Burkina Faso, Camarões e Nigéria são prioritários” para a AIS.

Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal