Como conclusão do ano litúrgico celebramos Jesus Cristo, pedra angular da nossa construção espiritual, centro da nossa fé, perfeito modelo de vida. Celebramos Aquele que, felizmente, temos por “Nosso Senhor”. Fazemos festa a Cristo como “Rei do Universo”, um rei original cuja importância se resume em servir e dar a vida.
O profeta Ezequiel, na primeira leitura (34, 11-12.15-17) relata-nos os tempos difíceis de violência e barbárie que se seguiram à conquista de Jerusalém pelos exércitos da Babilónia, em 587 a.C.. No meio deste ambiente desolador, Deus é apresentado como o bom pastor que defende as ovelhas que estão no aprisco, que trata as feridas e que vai à procura das que se tresmalharam. É uma bela imagem para apresentar o que Cristo Rei faz hoje por todos nós, que somos o seu querido rebanho.
São Paulo (1Cor 15, 20-26.28) recorda-nos uma verdade maravilhosa: Cristo ressuscitou não como uma mera vitória pessoal, triunfando sobre os inimigos que o crucificaram. “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” e irão morrer. Assim, a ressurreição de Cristo é o seguro da nossa futura ressurreição. Não morremos para ficar mortos, mas para ressuscitar: “o último inimigo a ser aniquilado é a morte”, aguardando o dia em que, finalmente, “Deus será tudo em todos”.
No soleníssimo juízo final, no Evangelho de São Mateus 25,31-46, Jesus apresenta os critérios da salvação das pessoas: “Vinde benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo”. Como motivo desta maravilhosa herança eterna não apresenta o terem realizado atos heróicos, penitências austeras ou sacrificados atos de culto a Deus. O “bilhete de entrada” no Céu é oferecido a quem realizou simples serviços de caridade a quem passava alguma necessidade: no comer ou beber, no vestir ou em visitar doentes e presos. A grandeza imensa destas ações vem de serem feitas ao próprio Deus, na pessoa do necessitado: “Todas as vezes que o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes”. Sei ver a Deus na pessoa do próximo?
Contemplemos Cristo como Rei do Universo no Salmo 22(23), 1-6, “O Senhor é meu pastor: nada me faltará”.
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