Vejamos as 3 coisas que aprendemos com esta pandemia
Quem tem fé deixa Deus entrar e trespassar todas as realidades e com isso aprende sempre qualquer coisa de novo.
Do obstáculo faz um desafio. Do desafio uma oportunidade. Uma oportunidade de crescimento, de amadurecimento e, principalmente, de conversão.
E foi, precisamente isto que disse aos meus filhos durante esta quarentena: “Esta é a oportunidade de uma vida! Se soubermos aproveitá-la poderemos guardá-la como uma experiência muito útil para o resto da vida.”
Partilho convosco três coisas que aprendemos neste tempo.
Simplicidade, Verdade e Transparência
Quando o mundo se complicou, a ponto de causar uma rutura na nossa rotina, todos nos voltámos para a simplicidade. De repente, a nossa vida tornou-se mais simples. E simplicidade foi o que precisámos para entender esta situação tão disruptiva. Deixámos de ter paciência para jogos políticos ou exageros dramáticos. Precisámos e continuamos a precisar que nos expliquem as coisas com simplicidade, verdade e transparência.
Juntos somos mais fortes e não deixamos ninguém para trás
Quando nos mandaram ficar em casa nós ficámos, mas corremos para as tecnologias para podermos ficar em casa juntos. Corremos uns para os outros, mesmo se o tivemos de fazer via digital. E, de repente, aquelas redes que serviam para cochichar a vida alheia, transformaram-se em espaços de encontro, de cultura, de trabalho, de apoio, de amizade, de evangelização.
Somos realmente muito estranhos. Quando está em causa a nossa sobrevivência somos capazes de “correr uns para os outros” e perceber, de forma quase inata, que ou nos salvamos todos ou não tem sentido nenhum sacrifício individual.
Por isso é que aceitámos ficar em casa: para salvar os nossos pais, avós, filhos e evitar que o nosso país colapsasse. Sim, também nos preocupamos com a própria pele, mas tenho a certeza de que a determinado ponto já estávamos todos fartos e que só perseverámos porque os nossos avós, pais, filhos e até o próximo mais desconhecido merecia o nosso sacrifício.
Nós somos capazes de nos sacrificar pelos outros, pelo bem-comum! Isto é impressionante! Temos dentro de nós a capacidade e habilidade de construir um mundo de solidariedade.
E não deixamos ninguém para trás! Os mais velhos, fracos e doentes têm valor! Ah, afinal eles têm valor…tanto têm valor que os jovens, fortes e saudáveis estiveram dispostos a sacrificar-se por eles.
Esta aprendizagem é fantástica!
Confiança e criatividade
Diante desta descontinuidade em que se transformou a nossa vida, o nosso olhar procura Esperança e o nosso coração enche-se dela.
Buscámos todos aprofundar a nossa espiritualidade e encontrar a pedra angular da nossa segurança. Aproveitámos para aprender a confiar na Divina Providência. Tudo está nas mãos de Deus. Só Ele é amparo e consolo. Só Ele é companhia na dor, na vida e na morte. Todos os que ficaram doentes, todos os que perderam entes queridos e mesmo todos os que morreram, ninguém, nenhum esteve sozinho. Cristo, esteve sempre presente com cada um. Cristo sempre está presente.
Esta certeza permite-nos olhar a vida com esperança e encontrar em nós a capacidade e habilidade para “dar uma resposta positiva”. A nossa criatividade e vontade trabalham melhor quando temos um coração cheio de esperança.
Confiar e esperar não significa não sofrer. Significa, apenas, que não desesperamos.
Não desesperamos: revestimo-nos de Deus; com simplicidade unimos esforços; usando da nossa criatividade desenvolvemos novas formas de fazer, construímos pontes e confiamos na Providência de Deus, sabendo que, de uma maneira ou de outra, vamos chegar exatamente onde somos esperados: no abraço do Pai.
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