Série “Santuários Marianos de Portugal” | Vila Viçosa e a Imaculada Conceição, rainha e padroeira – Ep. 01

Portugal, Terra de Santa Maria! Vamos iniciar uma jornada pelos santuários Marianos do país. Além disso, conhecer peculiaridades dos locais onde estão.

Para começar, não poderia ser diferente irmos à Vila Viçosa. No local, a Imaculada Conceição foi proclamada rainha e padroeira do reino de Portugal.

O antigo e o novo se encontram na cidade de 8 mil habitantes. Um número que multiplica-se no dia da patrona, 8 de dezembro. Contudo, a devoção à Nossa Senhora nasce de um contexto histórico com seus diferentes personagens.

Antes de chegarmos a Dom João IV, vale recordar que a Festa da Imaculada Conceição em Portugal foi introduzida em Portugal, em 1320. Tempos mais tarde, no contexto da crescente ligação do reino português com Inglaterra, Dom Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, mandou vir do país britânico a imagem que ainda hoje se venera em Vila Viçosa. Muitos outros fatos atestam a devoção à Imaculada Conceição, antes mesmo da proclamação do dogma em 1854.

Além de encomendar a imagem, o nobre Dom Nuno, considerado “Senhor de Vila Viçosa”, reedifica a igreja no século XV. Um templo visitado pelo povo, nobres e a família real. Esta tinha o Paço Ducal como uma de suas residências. Dom João IV, o primeiro rei da Dinastia de Bragança e descendente de Dom Nuno Álvares Pereira, materializou a devoção familiar e do reino ao proclamar a sua nova rainha: a Imaculada Conceição! A provisão régia de 25 de março de 1646 foi lida em Lisboa, na Capela dos Paços da Ribeira e, depois disso, nenhum outro rei usou a coroa na cabeça.

A construção atual do Santuário Nacional de Vila Viçosa é fruto de reformas entre os anos 1569 e 1606. Além da paróquia, a promoção do culto da Senhora da Conceição é uma missão também da Régia Confraria e da Confraria dos Escravos de Nossa Senhora.

A história da localidade também está em sua arquitetura. As casas brancas e detalhes em azul e amarelo são típicas do Alentejo. A cidade calipolense traz ainda a assinatura de escritores e poetas, e preciosidades da ciência. A Farmácia Monte é de 1912 e conserva todo o mobiliário e peças tal qual da altura de seu funcionamento. António Vitor do Monte foi seu fundador e, no atual espaço museológico, o visitante encontra as estantes com os frascos de remédios, diversos laboratórios, utensílios de manipulação dos medicamentos e uma máquina registradora que ainda trabalha.