Andando por aí com… Nossa Senhora de Bálsamo na Mão

Desde muito cedo que o povo se colocou sob o patrocínio de Nossa Senhora, Rainha do Céu e da Terra, invocando-a com muitos títulos, mas sempre confiando no seu auxílio e proteção.

Conta-se em Trás-os-Montes, no lugar de Balsamão, que durante a ocupação muçulmana, as noivas eram obrigadas a passar a noite de núpcias com o emir. O povo cristão, consternado com este facto, revoltou-se. Raptaram uma noiva e combateram contra as tropas do emir. No entanto, as forças estavam a esmorecer, o número de feridos era muito grande e a causa parecia perdida. No meio de todo este desalento, misteriosamente, surge uma senhora, que depondo um pouco de bálsamo, sara os cristãos feridos. Com novas forças e novo ânimo, as tropas mouras são postas em fuga.

O povo cristão reconheceu naquela senhora a Virgem Maria e, vencida a dura batalha, passou a homenagear-se Nossa Senhora de Bálsamo na Mão, invocando-a como divina enfermeira, protetora do lar e padroeira de noivos.

Este episódio deixou marcas na toponímia do território: talvez, por causa da chacina, a aldeia próxima ficou Chacim, a vila de Castro passou a chamar-se Castro Vencente (atualmente Vicente), e Alfândega passou a ser Alfândega da Fé. E o lugar, obviamente, Balsamão.

No século XVII, já havia uma confraria que tomava conta do Santuário que, entretanto, ali fora criado.

Hoje, nestes tempos conturbados e difíceis, de incertezas mas também de esperança, renovemos a nossa fé, e coloquemo-nos sob a proteção de Nossa Senhora, Rainha Universal, padroeira da Lusa gente e que nos garantiu que o seu Imaculado Coração seria o nosso refúgio. Um refúgio seguro, um caminho para o Filho, um caminho para a Cruz, mas um caminho de vitória, de Ressurreição.

Unidos a Maria, Mãe e Mestra, Auxiliadora e Refúgio, vivamos este tempo de calvário sem perder de vista Aquele que, depois de levantado do chão, congregará todos para Si.