Nessa sexta-feira, 3 de fevereiro, a Igreja celebra São Brás. Para continuarmos as reflexões sobre a oração, eu o questiono: Por que oramos aos santos? Essa oração tem eficácia? Nossos pedidos são atendidos por eles? Se os santos foram homens ou mulheres como nós, quais “poderes” eles teriam para atender nossa súplica? Se podemos pedir diretamente para Deus, por que “gastar tempo” pedindo para alguém que não seja Ele?
Mais uma vez, quem nos ajuda nessa reflexão é São Tomás de Aquino, por meio da Suma Teológica escrita por ele, para trazer à luz questões sobre a natureza de Deus, a natureza de Jesus e também algumas questões morais.
Reflexão de São Tomás de Aquino
Para esses questionamentos, São Tomás é muito claro em nos apontar a resposta: “De dois modos fazemos oração a alguém: para que esse mesmo a defira ou para que obtenha de outrem o que queremos”. Ou seja, no primeiro caso, o único que pode aceitar, conceder o que você pede é Deus. Portanto, é conveniente que você ore ao Senhor, pois é Ele e somente Ele quem vai deferir o seu pedido. É Ele quem tem todos os poderes (por ser Deus, onipotente) para conceder-lhe o que você pede.
São Tomás vai além ao dizer que podemos pedir a alguém que interceda junto Àquele que pode nos conceder. Fazendo uma comparação simples, muitas vezes, quando éramos crianças e queríamos receber alguma coisa que somente o pai podia nos dar, íamos até nossas mães. Por mais que elas não pudessem dar o que estávamos pedindo, sabíamos que elas intercederiam por nós junto a nossos pais. Ou ainda, dentro de uma empresa hierárquica, você deve falar primeiramente com o seu chefe imediato para solicitar alguma coisa. Por mais que ele não possa lhe conceder, é ele quem pode falar com a diretoria para conseguir o que você quer. Você, humildemente, apresenta o seu pedido ao seu chefe, que o leva adiante e pede à diretoria em seu nome.
Súplica aos santos
Essas pequenas comparações podem ilustrar a realidade da oração aos santos. Ao apresentarmos nossas súplicas aos santos, não estamos pedindo para eles “resolverem” o que queremos, mas solicitando que eles intercedam junto de Deus por nós.
Por mais que os santos tenham sido homens ou mulheres como nós, eles têm o mérito de fazer parte da morada celeste e ver Deus face a face. A Igreja acredita e propaga, por meio da vida dos santos, que eles estão com Deus e têm livre acesso a Ele. Pelos méritos próprios de uma vida santa vivida aqui na Terra, eles chegaram ao Céu. Se a Igreja canoniza um santo, é porque ela atesta que essa pessoa está no Céu. Como sabemos, o Céu é a morada de Deus.
Devoção aos santos
Os santos, portanto, além de mostrarem com sua vida e com seu testemunho que é possível viver uma vida repleta de Deus, ainda nos ajudam, intercedendo por nós junto do Pai.
Tenho dois santos de devoção: Dom Bosco e Santa Teresinha do Menino Jesus, além do Beato Pier Giorgio Frassati. Ao olhar para a vida deles, espelho-me e encorajo-me a viver uma vida de santidade. Mas ainda sei que, se em alguma situação eu pedir a intercessão deles, poderão me ajudar do Céu, ao lado de Deus, onde também residem.
Qual é o seu santo de devoção? A quais “amigos do Céu” você tem pedido ajuda? Não nos esqueçamos deles, pois, com seu auxílio, chegaremos também ao Céu.
Fonte: Cancaonova.com
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