Será que faltou tempo?

Você vive o dilema de sempre achar que faltou tempo?

A vida segue seu curso, cada dia traz suas novidades e o tempo não para. Constantemente, pensamos no que deveríamos ter feito e chegamos à constatação de que faltou tempo! Será que isso é normal ou será que estamos inventando coisas demais para fazermos, preenchendo tanto o tempo, que falta espaço para viver?

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

 

Dizem os grandes sábios que o segredo para uma vida feliz é viver bem cada coisa a seu tempo. Mas em dias como os que vivemos, nos quais tudo é imediato e as oportunidades de escolha são sempre vastas, é tarefa um tanto difícil discernir o que fazer a cada instante.

Eu, particularmente, gosto de planejar o meu dia de acordo com o que preciso fazer, seja no trabalho, seja em casa ou até mesmo no lazer. Mas o fato é que, agindo assim, também corro o risco de controlar meu tempo nos deveres e aprisionar minha liberdade de ser livre e viver naturalmente.

 

Quando as coisas não saem conforme planejamos

Basta alguma coisa sair fora dos planos que me vejo bastante contrariada. É como se eu me atropelasse nos meus próprios passos e o tempo fugisse de minhas mãos em segundos. Não é fácil lidar com o tempo e a velocidade da vida, aliás, é sabedoria que requer aprendizado, arte e disposição. Eu quero aprender. E você?

Outro dia, falei sobre isso durante um programa que apresento na Rádio Canção Nova e fiquei admirada com a repercussão. Os ouvintes reagiram afirmando serem cúmplices da mesma luta. Talvez, seja mesmo coisa própria da nossa geração, que, em parte, é movida pela tecnologia do imediatismo.

Podemos viver sem pensar sobre coisas assim, mas considero importante refletir na vida que estamos levando. Hoje, parei para fazer isso, perguntando-me: será que a vida está indo rápida demais ou sou eu que estou meio lenta? Talvez, eu precise acertar o passo. Sou mais do que aquilo que eu faço, mas o ser e o fazer são realidades distintas que precisam de harmonia.

Já ouvi alguém dizer: “Sua cabeça até pode ser uma máquina, mas seu coração não!”. Talvez esteja aí a razão dos descompassos do momento. O coração não combina com a pressa, ele tem seus mistérios, exige calma e arte para lidar com ele. É sensível, e o sentimento não combina com imediatismo. Para conquistar um bom emprego, a competência é conjugada com a agilidade, mas para conquistar um coração não é assim. Acredito que seja essa a razão do vazio que facilmente contemplamos nas pessoas que valorizam somente o poder. Quando nos interessamos demais por aquilo que queremos, falta-nos tempo para nos interessarmos por aqueles que queremos. E aí o resultado quase inevitável são os atropelos e o vazio no fim da história. A opção é única: se quisermos conciliar os interesses de nossa vida, precisaremos ser vigilantes para não nos enganarmos nas escolhas e corajosos para recomeçar sempre que for preciso. E jamais abrimos mão do essencial.

 

O que é essencial para a sua felicidade?

Considero importante identificarmos as razões para vivermos alegres. Não para viver inebriados, esquecendo-nos do mal que possa estar no mundo, mas para poder dar um impulso à nossa vida que tem, com certeza, nos oferecido coisas boas, as quais a velocidade não deixa contemplar. O sorriso, o choro, a simplicidade das crianças e os momentos de reflexão são boas formas de podermos valorizar a vida e apreciar o que de bom vai passando por nós. Não percamos mais tempo a correr sem destino certo. Andemos com mais calma, apreciemos mais a paisagem e quando chegarmos ao ponto determinado, veremos que a alegria da vida não está na chegada, ela foi distribuída durante o caminho. Se formos muito depressa, faltará tempo para recolhê-la.

A boa notícia que lhe apresento hoje é que ainda há tempo. Há tempo para mostrar quem somos sem temer a reação dos outros. Há tempo para cantar, dançar e brincar com as crianças.

Há tempo ainda para um bilhete no café da manhã, um telefonema inesperado durante o dia só para dizer: Eu amo você.

Há tempo para despertar o que talvez tenha ficado quieto por anos a fio. Para contemplar o pôr do sol, para molhar os pés na água do mar, caminhar descalço na areia da praia sem ter hora marcada para chegar. Há tempo para ser feliz, e hoje é o tempo!

 

Fonte: Cancaonova.com