Será que estico a mão para quem está ao meu lado?

A distinção entre chefes e súbditos, maiorias e minorias, arrastou sempre consigo um certo domínio de uns sobre os outros, não raras vezes exagerado. Jesus Cristo, cabeça da Igreja, sacerdote por excelência, um de nós, mas Filho Único de Deus, viveu sempre em união íntima com os mais fracos, pecadores e humildes. Aos soberbos comparou-os a víboras venenosas. Para Ele todos são iguais. Cristo será tanto mais nosso modelo e mestre, quanto mais soubermos dar a mão ao vizinho ou colega, despojando-nos de nós mesmos. A fidelidade à vocação cristã e sacerdotal a que fomos chamados pelo baptismo, ou pela ordenação, não se realizará por outro caminho.

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1ª Leitura: Livro da Sabedoria 11, 22—12,2  — “ De todos Vos compadeceis, porque amais tudo o que existe”

De novo, a palavra de Deus nos quer convencer do seu amor com os homens, e particularmente para com os mais pecadores. Deus não quer que ninguém se perca, porque a todos ama. “Se tivesse detestado alguma criatura não a teria formado”. Até a correção com que nos castiga é um modo de nos chamar a Si.

Salmo 144 (145) — Louvarei para sempre o vosso nome, Senhor, meu Deus e meu Rei.

2ª Leitura: Segunda Epístola de São Paulo aos Tessalonicenses 1, 11—2,2  — “O nome de Cristo será glorificado em vós, e vós n’Ele”
São Paulo quer corrigir certos rumores sobre a vinda do Senhor, que alguns começavam a entender mal. Em qualquer caso, a glória que o Senhor há-de encontrar neles e eles no Senhor será que Ele, quando vier, os possa encontrar dignos da sua vocação cristã.

Evangelho: São Lucas 19, 1-10 — “O Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido”
A predileção de São Lucas pelos pecadores, em razão da atenção que Jesus lhes dá, é patente, uma vez mais, na passagem que hoje lemos. Com este episódio, somos todos convidados, a tomar parte na mesa do Senhor, particularmente na Eucaristia, com os sentimentos de Zaqueu. A salvação também quer entrar em nossa casa. Seremos capazes de abrir as portas do nosso coração a Cristo, nosso Redentor?