Ser acolhedor e inclusivo

No 28º Domingo do Tempo Comum, a Liturgia da Palavra nos ensina a examinar-nos atentamente para que o Senhor não nos encontre desprevenidos e encontre algum reparo a fazer na veste da tua alma.

1ª Leitura | Isaías 25, 6-10

Salmo: 22 (23), 1-6 | Habitarei para sempre na casa do Senhor.

2ª Leitura | Filipenses 4, 12-14.19-20

Evangelho | Mateus 22,1-14

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O profeta Isaías refere-se aos tempos messiânicos, com imagens surpreendentes. Com a vinda do Messias, o Senhor do Universo preparará para todos os povos um banquete, com ricos e abundantes manjares. A morte vai ser vencida, suprimindo-se o luto e enxugando-se as lágrimas. A conclusão não pode ser mais animadora: “Alegremo-nos e rejubilemos, porque o Senhor nos salvou”.

Esta é a meta gloriosa da presente maratona das nossas vidas, em que nos caberá lutar com “sangue, suor e lágrimas”. Citemos a propósito o nosso poeta da Mensagem: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Aqui diria que vale toda a pena pagar um alto preço pelo prémio da glória eterna, que Deus nos quer presentear.

A segunda leitura relata-nos as palavras finais da Carta de São Paulo aos cristãos de Filipos, que manifestam estreita amizade e profunda gratidão. Nesta altura, encontra-se em Éfeso, preso pelo motivo de seguir a Cristo. O seu testemunho é admirável, pois nesta tão penosa situação, afirma cheio de fé e confiança: “Tudo posso n’Aquele que me conforta…Glória a Deus, nosso Pai, pelos séculos dos séculos”.

Jesus aproveita histórias simples, como nesta parábola, para descrever o reino de Deus. Os convidados para o banquete nupcial do filho do rei, Jesus Cristo, encontram as suas desculpas e recusam-se a participar. A festa de núpcias, o encontro de amor entre o Senhor e Israel é recusado pelos guias espirituais do povo. Assim, o Senhor ordena aos servos que vão, pelas ruas e praças, a convidar toda a gente, “bons e maus”, ou seja, sem olhar aos méritos de cada um.

Encontramos aqui o desafio que hoje Jesus faz à sua Igreja, que deve ser uma “Igreja em saída”, segundo a expressão do Papa Francisco, uma Igreja especialista em acolhimento. Assim nos adverte na Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho”: “Muitas vezes agimos como controladores da graça e não como facilitadores. Mas a Igreja não é uma alfândega; é a casa paterna, onde há lugar para todos com a sua vida fatigante”. Ser católico deve significar ser universal, não exclusivista, mas acolhedor e inclusivo.