Peregrinos poderão acompanhar imagem da Capelinha das Aparições Online
O Santuário de Fátima decidiu suspender todas as celebrações litúrgicas a partir deste sábado 14 de março, em conformidade com as orientações da Conferência Episcopal.
O Santuário de Fátima procura desta forma atender às exigências do momento, tendo como prioridade a proteção dos peregrinos e dos seus colaboradores
Em conformidade com as indicações da Conferência Episcopal Portuguesa, que determinou esta manhã,” que os sacerdotes suspendam a celebração comunitária da Santa Missa até ser superada a atual situação de emergência”, o Santuário decidiu de forma responsável suspender as missas, o terço e a via-sacra, celebrações previstas no programa oficial.
Esta tarde, a missa das 15h00, na Capela da Morte de Jesus, já não será celebrada.
Já esta manhã, a peregrinação mensal de março, teve lugar na Capelinha das Aparições. O vice-reitor do Santuário de Fátima, o Pe. Vítor Coutinho, falou deste lugar como “lugar de confiança, em que experimentamos estar nas mãos de Deus, é um lugar em que Maria, com as suas palavras maternais nos diz que estamos em boas mãos, seja qual for a situação em que cada um de nós ou a situação que a humanidade esteja a viver”.
“Sabemos todos que vivemos dias de alguma inquietação, de algum medo e insegurança, naturais às dificuldades de saúde que estamos a enfrentar mas nem por isso podemos deixar de pensar que estamos em boas mãos”, disse o sacerdote, esperando que a celebração “reforce a confiança no amor de Deus sem esquecer que isso não nos retira a responsabilidade de cada um fazer a nossa parte para que tudo corra bem”.
O Pe. Vítor Coutinho considera que das realidades “mais duras de viver é a solidão, ou aquela sensação de abandono que todos nós experimentamos, porque é duro fazermos a experiência de estarmos sós sobretudo quando enfrentamos dificuldades”.
“Uma das frases mais incisivas do relato das Aparições é a garantia que a Virgem Maria faz a Lúcia e a cada um de nós: «não desanimes, eu nunca te deixarei»”, lembrou.
O vice-reitor afirmou ainda que estas palavras poderiam ser “suficientes para justificar Fátima, para nos fazer ouvir e experimentar que não estamos sós, que a mãe de Deus promete estar connosco, e a certeza que Deus não nos abandona e que temos um lugar no seu coração, seja qual for a circunstância ou percurso de vida, temos lugar no coração de Deus”.
“Não estamos sós e abandonados à desgraça e à nossa sorte, nem esquecidos no mundo sem alma, e Fátima propõe experiência de nos sentirmos acompanhados e protegidos”, disse ainda o sacerdote.
Mencionando a situação que o mundo vive, o Pe. Vítor Coutinho considera que “esta epidemia que nos faz sentir desprotegidos e vulneráveis ajuda-nos a perceber que de facto estamos muito mais ligados uns aos outros do que pensamos”.
“Enfrentamos um vírus que nos coloca nos coloca em dependência uns dos outros, e isso dá-nos consciência de uma fragilidade comum”, acrescentou.
Este momento “exige respostas, que só fazem sentido se agirmos de forma solidária e articulada uns com os outros, só sobrevivemos se cuidarmos uns dos outros”.
“Também nas ameaças podemos aprender a viver de forma fraterna e solidária e ter consciência da responsabilidade uns com os outros”, concluiu.
Desde o passado dia 24 de fevereiro que o Santuário tem vindo a adotar medidas preventivas e de contenção, tendo suspendido ou adiado várias atividades como três retiros de doentes, as Jornadas internacionais “As Crianças, a morte e o luto” e o Fátima (En)Contraste, evento anual que mobiliza a juventude.
Fonte: Santuário de Fátima
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