Santo António popular e erudito, um “ícone cultural da cidade”

Simpósio internacional assinala 70 anos da proclamação de Santo António Doutor da Igreja

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Foto: PR/Agência Ecclesia

O Museu de Lisboa – Santo António e o Centro Cultural Franciscano promovem hoje o Simpósio Internacional Antoniano ‘Exulta Lusitania Felix’ sobre a importância de Lisboa e Coimbra na formação teológica e intelectual do santo português.

“Com estas iniciativas alargamos o campo do conhecimento acerca de Santo António e da presença em múltiplas e diversas áreas que importa tornar mais conhecido”, explicou o padre franciscano João Lourenço, no Centro Cultural Franciscano, em Lisboa.

À Agência ECCLESIA, o sacerdote sublinhou que pretendem “interpelar” a sociedade para outra dimensão que “nem sempre é considerada”, e nem sempre está presente, do Santo António Doutor da Igreja porque é conhecido “muito próximo, um misto de pensamento cristão mas também populismo”.

O Simpósio Internacional Antoniano ‘Exulta Lusitania Felix’ está a ser dinamizado no contexto da atribuição do título honorífico de Doutor da Igreja a Santo António, em 1946, pelo Papa Pio XII, na bula que hoje dá nome ao encontro.

A vereadora da Cultura do Município de Lisboa destacou a “grande ligação afetiva” dos lisboetas a Santo António que é “muito importante” para a cultura popular e afirmação do turismo e reconhece que “há um Doutor da Igreja a descobrir”.

“É sempre para um público mais restrito, é uma dimensão mais erudita da vida do santo mas se calhar ainda foi mais universal no seu tempo do que esta dimensão popular”, desenvolveu à Agência ECCLESIA.

O padre João Lourenço acrescenta que, cada vez mais, há uma grande proximidade entre o popular e da academia – Doutor da Igreja – que em Santo António concretiza-se e “encontra eco”, como destacam os estudiosos do pensamento do Santo português a “perspicácia e profundidade, a riqueza das alegorias, os florilégios, a vastíssima gama de simbólicas”.

Em declarações à margem do simpósio, Catarina Vaz Pinto, sublinhou que o santo padroeiro da cidade de Lisboa é “muito querido dos lisboetas”, sendo para a maioria das pessoas “o santo casamenteiro, o santo que ajuda a encontrar os objetos perdidos”.

“Hoje, as cidades distinguem-se pelas suas identidades, por aquilo que são diferentes umas das outras, e na verdade Santo António de Lisboa é vivido de forma diferente, é o que chamamos um ícone cultural. Numa perspetiva de afirmação cultural e turística da cidade temos um empenho redobrado na evocação da vida do santo e da sua obra”, acrescentou a vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa.

A Câmara Municipal de Lisboa, através do Museu de Lisboa  – Santo António, e o Centro Cultural Franciscano organizam o Simpósio Internacional Antoniano ‘Exulta Lusitania Felix’ com a colaboração com a revista Itinerarium e o CEFi – Centro de Filosofia da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa.

Segundo a vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, o simpósio foi uma primeira iniciativa teórica do renovado Museu de Santo António e pretendem “organizar” iniciativas anuais ou bianuais “ligados ao pensamento de Santo António e ao seu legado com Doutor da Igreja”.

“Esta iniciativa pode ajudar a ver que diferentes instituições com objetivos prioritários distintos podem encontrar perspetivas de complementaridade e espero que em Portugal se possa desenvolver a área de estudos antonianos”, comentou ainda o padre João Lourenço.

A sessão de encerramento, a partir das 18h00, conta com a presença do cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, e do presidente do Município lisboeta, Fernando Medina.

 

Fonte: Agência Ecclesia.