Santa Gianna Beretta e seus valores familiares

Mãe, esposa e profissional dedicada, a vida de Gianna Beretta foi e continua a ser exemplo

Em 24 de abril de 1994, o Santo Papa João Paulo II celebrava a beatificação de Gianna Beretta Molla, também chamada de Joana, momento em que se atentou ao dom divino da maternidade e fez constar em suas palavras uma “homenagem a todas as mães valentes, que são dedicadas sem reservas a sua própria família, que sofrem com o parto de seus filhos e estão prontas a realizar todo o trabalho árduo, enfrentar todos os sacrifícios para transmiti-los o melhor que elas preservam em si mesmas”.

Gianna representa para as famílias um modelo do maior mandamento “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com toda tua força e de todo o teu entendimento; e a teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10,27). Desde muito nova, acolheu o dom da fé e a educação cristã que lhe foi ensinada por seus pais. Cresceu praticando sua fé com um compromisso de apostolado entre os jovens e de caridade com os idosos. Por profissão, escolheu a medicina que exerceu em Mêsero, um município italiano na província de Milão, especializou-se em pediatria e, entre seus pacientes, demonstrou especial cuidado com as mães, crianças, idosos e pobres.

Formação religiosa
Observando sua trajetória, compreendemos a importância da catequese familiar, pois a presença daqueles pais devotos encaminharam sua filha para a santidade. Sua formação religiosa ensinou-lhe considerar a vida como um dom maravilhoso de Deus, ter confiança na Providência e a estimar a necessidade e a eficácia da oração. Por meio desta, entregou-se à vocação matrimonial, com entusiasmo e total doação, para formar uma família realmente cristã.

Na basílica de São Martinho, em Magenta, casa aos 24 de setembro de 1955, vive uma vida de fé inabalável, a tudo agradece, fortalece-se na oração e entrega-se à Divina Providência no mais puro modelo de devoção que se requer de todo sacramento. Apresenta-se jubilosa mãe de Pedro, Mariolina e Laura, com simplicidade e equilíbrio, harmoniza os deveres de mãe, esposa e médica com a grande alegria de viver. Ora, que formidável exemplo a seguir!

Em especial, nos dias de hoje, pelos quais em nome de valores mundanos há de se insistir na distinção entre profissional e mãe, entre mulher livre e esposa. Na Concelebração Eucarística de sua canonização, em 2004, Papa João Paulo II expressou seu desejo de que “possa a nossa época descobrir de novo, através do exemplo de Joana Beretta Molla, a beleza pura, casta e fecunda do amor conjugal, vivido como resposta ao chamamento divino!”.

Chamado divino
É bem verdade que, pela Providência Divina, pode a mulher exercer plenamente a profissão sem o abandono do lar, pode dedicar-se ao matrimónio sem perder-se de si mesma e, se houver o chamado, poderá ser exemplo do sacrifício de quem põe, acima de tudo, a vocação de ser mãe, ato de entrega que merece nossa admiração. Em nossa vida, no momento da decisão de seguir o chamado divino, pelo exemplo de Gianna Beretta, não deixemos que as angústias do desamparo humano nos levem a crer que há limitações aos desígnios de Deus.

Durante uma vida de entrega à vocação cristã, Gianna demonstrou-se uma mulher completa e totalmente feliz;0 e no momento da dor, não se deixou abalar. No início da gravidez de seu quarto filho, Gianna foi atingida pelo sofrimento e pela dor quando apareceu um fibroma em seu útero. Submetida à cirurgia, mantem-se firme na fé, pedindo pela vida de sua filha. Com o sucesso da cirurgia, reforça sua gratidão a Deus e vive os restantes sete meses de gravidez com sua fé inabalada, suplicando a Deus pela saúde de sua filha.

Santidade
Dias antes do parto, cheia do amor que a maternidade representa, está pronta para sacrificar-se por sua filha. Na manhã de 21 de abril de 1962, nasce Joana Manuela. Apesar dos esforços para salvar sua vida, na manhã de 28 de abril, em meio a fortes dores e após ter repetido a jaculatória “Jesus eu te amo, eu te amo”, Gianna Beretta morre santamente. Foi beatificada por João Paulo II, no dia 24 de abril de 1994, no Ano Internacional da Família e canonizada em 16 de maio de 2004.

Exemplo de dedicação ao matrimónio e a maternidade é lembrada pelo Papa Bento XVI como “esposa e mãe, mulher comprometida no âmbito eclesial e civil, que fez resplandecer a beleza e a alegria da fé, da esperança e da caridade”. Peçamos, em oração a Deus Pai, que nos deu a Santa Gianna como exemplo de esposa amorosa, que cercou de amor a sua família, construindo uma verdadeira “Igreja Doméstica”, faz-me assimilar esse mesmo amor incondicional, consagrando minha vida ao Teu serviço junto aos que me cercam.

Oração:
“Senhor, que seja Tua Vontade. Amamos a Cruz e temos que refletir que não a carregamos sozinhos(as), se não que é Jesus que nos ajuda a carregá-la e que Nele somos capazes de fazê-lo, já que Ele nos dá a força necessária para isso“.