O Papa pediu no Vaticano que as sociedades sejam “abertas e acolhedoras” para quem deixa a sua terra, sustentando que os refugiados e migrantes são mais do que números.
“Não se pode reduzir a dramática crise atual a uma simples contagem numérica. Os migrantes são pessoas com nomes, histórias, famílias, e não poderá jamais haver verdadeira paz enquanto existir um único ser humano que é violado na sua identidade pessoal e reduzido a mero número estatístico ou a um objeto de interesse económico”, denunciou, no encontro anual com os membros do corpo diplomático acreditado na Santa Sé.
Perante representantes de mais de 180 nações e organizações, Francisco falou do impacto dos “enormes fluxos migratórios” em diferentes partes do mundo.
“Penso de modo particular nos numerosos deslocados e refugiados nalgumas áreas da África, no sudeste asiático e em todos aqueles que fogem das zonas de conflito no Médio Oriente”, precisou.
O Papa defendeu que a comunidade internacional deve promover um compromisso alargado em favor de migrantes, deslocados e refugiados, que permita “proporcionar-lhes um acolhimento digno”.
A intervenção assinalou ainda a necessidade de garantir a integração dos migrantes, referindo que uma “abordagem prudente” por parte das autoridades não implica fechar as portas.
“O problema migratório é uma questão que não pode deixar indiferentes alguns países, enquanto outros suportam o peso humanitário”, prosseguiu, agradecendo o empenho, neste campo, da Itália, Alemanha, Grécia e Suécia.
Francisco recordou as situações de crise migratória no Médio Oriente e na América Central, alertando para a “extorsão” e o “tráfico das pessoas”.
O encontro decorreu na Sala Régia do Palácio Apostólico do Vaticano e começou com uma saudação do decano do corpo diplomático, Armindo Fernandes do Espírito Santo Vieira, embaixador de Angola.
Fonte: Agência Ecclesia
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