Na catequese de hoje, Papa refletiu sobre duas obras de misericórdia: dar de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede.
Cerca de 35 mil peregrinos participaram da catequese do Papa Francisco nesta quarta-feira, 19, sobre duas obras de misericórdia: dar de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede. O ciclo de catequeses dedicadas a esse tema começou na semana passada.
Antes de refletir sobre as duas obras de misericórdia, o Pontífice falou sobre o egoísmo presente nos modelos da chamada “cultura do bem-estar” que leva as pessoas a se fecharem em si mesmas, tornando-as insensíveis às exigências dos outros. (Assista à íntegra da catequese ao final do texto)
“Faz-se de tudo para iludir ao apresentar modelos de vida efêmeros, que desaparecem depois de alguns anos, como se a nossa vida fosse uma moda a ser seguida ou mudada a cada nova estação”, observou o Papa.
Realidade é o que é
“Não é assim. A realidade deve ser aceita e enfrentada por aquilo que é, e com frequência faz com que nos deparemos com situações de necessidade urgentes. É por isso que, entre as obras de misericórdia, lembra-se da fome e da sede: dar de comer a quem tem fome – existem tantos hoje, eh? – e de beber a quem tem sede”, recordou Francisco.
Neste ponto, o Santo Padre recordou que as doações para campanhas humanitárias são importantes, porém não envolvem as pessoas diretamente.
“A pobreza abstrata não nos interpela. Nos faz pensar, lamentar. Mas quando vês a pobreza na carne de um homem, de uma mulher, de uma criança, isso sim nos interpela. E por isso, aquele hábito que temos de fugir – de fugir – dos necessitados, de não se aproximar. Ou maquiar um pouco a realidade dos necessitados com hábitos da moda e, assim nos afastamos desta realidade”.
Francisco então questionou qual é o comportamento das pessoas quando se deparam com alguém necessitado: se desviam o olhar e simplesmente passam, ou se param para dar atenção. “E se fizeres isso, não faltará alguém para dizer: este está maluco, fala com um pobre”, advertiu.
Concluindo a catequese, o Papa lembrou que essas duas obras de misericórdia são um compromisso de todos.
“A experiência da fome é dura. Quem viveu períodos de guerra e carestia sabe. E mesmo assim essa experiência se repete todos os dias e convive ao lado da abundância e do desperdício”.
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