A aliança matrimonial precisa ser vivida na doação
A aliança matrimonial é uma entrega, uma doação. Não é pedir em primeiro lugar, senão dar-se. Este é o primeiro sentido da aliança matrimonial: eu me doo como marido, como esposa, e recebo como resposta a doação de meu cônjuge. Em relação à Virgem Maria, é uma entrega filial; na vida matrimonial, é uma entrega esponsalícia, uma superação radical do egoísmo.
Amar é viver centrado no TU e não no EU. Se um diz: “Eu te quero”, pode significar duas coisas distintas. Se há verdadeiro amor, significa: “Eu te quero para fazer-te feliz”; do contrário, significa: “Eu te quero para que me faças feliz”.
Amar o outro
Amar com autenticidade não é renunciar à própria felicidade, mas descobrir que minha felicidade maior é viver para fazer feliz o outro. É a felicidade de Deus: Ele é feliz, porque está sempre se doando às outras pessoas da Santíssima Trindade e a nós.
O homem está chamado a encontrar uma felicidade semelhante à de Deus, que é a felicidade de doar-se e regalar-se aos demais.
Amar é estar sempre para o tu, só para o tu, é pertencer-se, consagrar-se.
Qual é a proposta da aliança matrimonial?
A aliança matrimonial nos pede uma entrega total, não uma entrega parcial. É uma entrega de todo seu ser e para sempre. Esse espírito deve animar-nos matrimonialmente: uma entrega total e permanente. Isso cria em nós uma consciência de pertença e consagração. Nossa vida está consagrada a alguém e, desde esse momento, já não pode haver solidão. Essa consciência de consagração, de que eu não me pertenço, mas que pertenço à outra pessoa, é o que nos pede a aliança matrimonial: pertenço ao cônjuge agora e para sempre.
Não somente queremos caminhar juntos, compartilhar toda a vida, fazer-nos responsáveis um pelo outro, mas existe também um direito mútuo. O outro tem direito ao meu amor, meu apoio e meu tempo, tem direito a que eu lute para alcançar sua realização pessoal, sua felicidade e santidade.
Amor matrimonial
Essa consciência de consagração, que nos dá a aliança matrimonial, deveria ser tão forte como a que tem um sacerdote ou uma religiosa que se consagraram a Deus. E assim como o sacerdote ou a pessoa consagrada usa um distintivo externo – um hábito, uma cruz – que lembra esse caráter de pertencer a alguém, da mesma forma também os esposos têm esse distintivo.
Este é o sentido de nosso anel de casamento, nosso anel matrimonial, nossa “aliança”. Não é um adorno, senão o símbolo de uma consagração, de pertencer. A pessoa que usa a aliança dá a conhecer seu caráter de comprometimento, de aliado, não só diante do cônjuge, mas também diante dos demais. Que importantes são os símbolos e que grande significado tem este anel: recorda-nos o amor, a presença, a fidelidade do cônjuge em cada circunstância.
O que se renova volta a reviver. Daí a importância de renovar com frequência nossa aliança de amor matrimonial. Há matrimônios que fazem isso todos os meses.
Padre Nicolás Schwizer
Movimento apostólico Shoenstatt
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