A Mulher é o ser mais belo criado por Deus, pois comporta em si toda a sensibilidade, ternura, generosidade, empatia e é geradora de vida. Claro, necessita do homem para se complementarem e juntos cumprirem a missão que Deus lhes incumbiu.
Atualmente, a mulher está a perder a noção da sua essência. O querer equiparar-se ao homem traz graves consequências. A mulher não é igual ao homem. Deus criou Homem e Mulher, somos diferentes, mas nem Deus, nem Jesus colocaram a Mulher abaixo do Homem. Senão vejamos, Jesus deu muito valor às mulheres no seu tempo. Naquela época, elas eram vistas como nada, não tinham voz, não tinham desejos, nem vontade própria, não decidiam nada. Mas Jesus veio resgatar a dignidade da Mulher. Jesus deu valor e reconheceu a mulher em igual dignidade ao homem.
Podemos observar isso em diversas passagens dos evangelhos: Jesus fala com mulheres no evangelho, dá-lhes ouvido e voz, reconhece-lhes valor (pecadora arrependida em Lucas 7,36-50); tinha mulheres perto de si, que privavam consigo; tem encontros fortes de conversão com mulheres (samaritana João 4,5-27); aparece a mulheres, quando Ressuscita, são as primeiras a vê-Lo, (João 20,1-18). Inclusive Jesus vem dizer que não é só a mulher que é adúltera, mas o homem também é e disse: “Eu, porém, vos digo qualquer homem que olhar para uma mulher e desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.” (Mateus 5,28). E mais à frente diz: “Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.” (Mateus 19,9). Jesus vem dar dignidade à mulher, reconhecer o seu valor e proteger o seu matrimónio. E, claro, ainda nos dá uma MÃE, Nossa Senhora. Exalta a mulher de forma estrondosa! O nosso melhor exemplo de mulher é a Virgem Maria.
No plano original, Deus criou o homem e a mulher com a mesma dignidade. Criou-os para a complementaridade, pois cada um tem as suas características, particularidades projetadas para a missão específica de cada um.
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) realizou vários estudos, dissertações sobre a formação da mulher e algo que ela sempre referiu foi que a grande missão da mulher é ser mãe. Também Luiz Pasquali (1), psicólogo, pedagogo e filósofo, referiu num estudo, em 2010, sobre a concepção de pais, que a mãe ideal comporta: “(…) intimidade e afeto, preocupação pelo que é humano, criatividade e respeito pela pessoa humana (…) a mãe é simultaneamente presente, com calor, carinho, amizade e união, no mais íntimo do ser humano, mas que ao
mesmo tempo mantém a distância necessária para, com a sua presença, não sufocar a personalidade do filho, isto é, ela é respeitosa do ser do filho (…) existe uma atmosfera totalmente propicia e aberta para a vida e o crescimento da vida.”
A mulher é esse ser belo, delicado e corajoso que tem dentro de si esse dom, que não dá para negar, de ser mãe. Mesmo não o sendo biologicamente, todas as mulheres têm dentro de si este apelo a ser mãe. Não podemos negar o dom da maternidade que existe em nós, mulheres. Nós temos esse dom que os homens não têm, de conceber e gerar vida, dentro de nós! Temos um órgão (útero), que consegue criar outro órgão (a placenta), que alimenta uma nova vida. Temos tudo o que é necessário para gerar várias vidas dentro de nós. Não podemos fingir que não temos essa capacidade, não a podemos negar, pois faz parte de quem nós somos, da nossa identidade de Mulher, da nossa feminilidade.
Só conseguimos gerar vida porque temos fertilidade. Infelizmente, nem todas as mulheres conseguem sustentar uma gravidez até ao seu termo, mas isso não faz delas menos mulheres, nem menos mães. Nós temos essa capacidade, temos a nossa fertilidade que é fonte de tantas alegrias e alguns desconfortos, mas é nossa, os homens por mais que queiram não a têm, não sabem sentir como sentimos, não dá para lhes explicar toda a vivência do nosso ciclo, como temos tantas mudanças de humor em função da fase do ciclo em que estamos. É tão bela esta diversidade, isto é vida, feminilidade, dom, liberdade, identidade.
Vamos, agora, parar um pouco, silenciar o coração, olhar para o nosso interior e refletir nestas questões: Que mulher sou eu? Qual o meu exemplo de mulher? Quem sou eu no coração de Deus? Como me vejo? Qual a minha essência? O que está em bruto, dentro de mim, estremece e tenta vir ao de cima, mas eu abafo, a sociedade nega e recalca, escondo e não quero pensar, sentir, confrontar-me? Qual o meu valor? Reconheço em mim valor? Qual o perfume que eu exalo, que fragrância eu deixo nos locais onde passo? Doce? Amarga? Sofrida? Alegre? Esperançosa? O que será que Deus sonhou para mim, mulher? Planos, projetos, desejos, conquistas? O que queres falar ao meu coração, Senhor? Eu quero escutar-TE. Fala ao meu coração. Qual é a minha missão? O que tens para mim? Qual o teu sonho para mim?
(1)Luiz Pasquali (2010). Concepção de pais, um instrumento fatorial. In Psicologia, ciência e Profissão, vol.30, pp. 91-139
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